Custo da obra de Abreu e Lima subiu de US$ 2 bilhões para
US$ 18 bilhões.
Segundo reportagem, auditoria apontou prejuízo de US$ 3,2 bi
à estatal.
A Petrobras responsabilizou o ex-diretor da estatal, Paulo
Roberto Costa, por alterações no projeto da refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco, que teve seu custo inicial de obra elevado de mais de US$ 2 bilhões
para US$ 18,8 bilhões.
De acordo com a Petrobras, foi Costa quem apresentou o
plano, aprovado pela diretoria da estatal, que promoveu a “antecipação de
diversas atividades e alterações nos projetos e na estratégia de contratação, o
que levou a grande número de aditamentos contratuais”.
Reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” publicada no
domingo afirma que um relatório de auditoria interna da Petrobras aponta que
Abreu e Lima dará um prejuízo de ao menos US$ 3,2 bilhões à estatal.
Ainda de acordo com a publicação, estudos técnicos da
empresa já apontavam as perdas em junho de 2012, quando integrantes do atual
Conselho de Administração da Petrobras – entre eles a atual presidente, Graça
Foster – aprovaram a continuidade das obras.
Em nota sobre a reportagem, a Petrobras não nega que as informações
sobre o prejuízo já eram sabidas naquela data. Segundo a empresa, a estimativa
de custo inicial (os cerca de US$ 2 bilhões) era inicial, e o projeto sofreu
“revisões relevantes”, submetidas pela área de Abastecimento – dirigida por
Costa – e aprovadas pela diretoria executiva.
Na mesma nota, a Petrobras ressalta que a aprovação de
execução de projetos de investimento como o de Abreu e Lima “é da Diretoria
Executiva”. “Cabe ao Conselho de Administração a aprovação da carteira
plurianual de investimentos do PNG e sua financiabilidade”, diz o texto.
A estatal lembra, ainda, que instituiu uma comissão interna
para apurar as denúncias sobre a refinaria, cujo relatório final foi enviado ao
Ministério Público, à Polícia Federal, à Controladoria Geral da União e à
Comissão de Valores Mobiliários. “A Petrobras é a principal interessada no
esclarecimento dos fatos e vem atendendo a todas as solicitações das
autoridades e colaborando com as investigações”, diz o texto.
Denúncias
As obras da refinaria de Abreu e Lima são um dos focos da
Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Desde 2008, o TCU faz auditorias na refinaria e já concluiu
que houve superfaturamento em alguns contratos. A presidente da Petrobras,
Graça Foster, já classificou publicamente os gastos com a refinaria como uma
história a não ser repetida.
Preso pela primeira vez em março do ano passado, Paulo
Roberto Costa – hoje em prisão domiciliar, é investigado por ter supostamente
recebido propina do doleiro Alberto Youssef para favorecer empresas em
contratos para a obra. O ex-diretor também é investigado pela compra
supostamente superfaturada da refinaria de Pasadena. Em agosto do ano passado,
ele fez um acordo de delação premiada e passou a colaborar com as
investigações.
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