Não há mais sangue no banco, Rio das Ostras, Cabo Frio e Araruama são as cidades que mais usam o serviço do Hemolagos .
A crise no Hemolagos, em Cabo Frio, começa a refletir nos
hospitais atendidos pela unidade. Entre as consequências deste momento crítico,
muitas cirurgias começam a ser canceladas por falta de sangue.
No hospital Santa Izabel, que
é a referência em tratamento oncológico na região, quatro cirurgias de
pacientes com câncer foram canceladas no mês passado. Não há mais sangue no
banco do tipo B positivo e é preciso economizar as outras 41 bolsas que só são
enviadas aos hospitais em caso de emergência.
O Hemolagos, único banco de
sangue da Região dos Lagos, vive uma das piores crises dos 20 anos de
funcionamento. Máquinas estão paradas há meses, e outras, que eram usadas em
consignação, foram retiradas pelos fornecedores por falta de pagamento. O
problema financeiro é tão grave que nenhuma bolsa de coleta foi comprada por
falta de dinheiro.
Segundo a direção do banco de
sangue, o Hemolagos possui uma despesa mensal R$ 100 mil e recebe R$ 40 mil por
mês do Governo Federal. O restante dos R$ 60 mil deveriam vir das prefeituras
que fazem parte do consórcio criado para manter a instituição sem fins
lucrativos.
O estatuto do consórcio prevê
que os municípios que usam o serviço mantenham o funcionamento do Hemolagos,
com apoio financeiro e de funcionários, mas o documento não estipula como deve
ser essa participação.
Atualmente, a instituição possui 10 funcionários
próprios, e os demais são cedidos pelas prefeituras. São dois de Casimiro de Abreu, um de Iguaba Grande, um de Arraial do Cabo, um de São Pedro da Aldeia. Saquarema e Armação dos Búzios não sedem
funcionários. Rio das Ostras, Cabo Frio e Araruama são as
cidades que mais usam o serviço do Hemolagos.
A 2ª Promotoria de Justiça de
Tutela Coletiva do Núcleo Cabo Frio instaurou um inquérito para apurar a
aplicação das verbas para a manutenção do Hemolagos. O inquérito foi instaurado
na semana passada com base em notícias divulgadas pela imprensa sobre possíveis
irregularidades no banco de sangue. Num primeiro momento, o Ministério Público
vai encaminhar ofícios para a Secretaria Estadual de Saúde e para a Secretaria
Municipal de Saúde de Cabo Frio questionando a aplicação dessas verbas.
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