Bolsas asiáticas fecham em alta após Obama anunciar acordo nos EUA | Rio das Ostras Jornal

Bolsas asiáticas fecham em alta após Obama anunciar acordo nos EUA

País pode evitar 'calote' que corre risco de ocorrer a partir de terça-feira (2).
Em Tóquio, Nikkei 225 registrou valorização de 1,34%, aos 9.965,01 pontos.

Os mercados acionários da Ásia fecharam com ganhos nesta segunda-feira (1º), depois de o presidente americano Barack Obama anunciar um acordo para o aumento do teto da dívida pública dos Estados Unidos, na noite de domingo (31).

"Eu quero anunciar que os líderes dos dois partidos [republicanos e democratas] nas duas casas chegaram a um acordo que vai reduzir o déficit e evitar um default [calote]", disse Obama a jornalistas ontem à noite. Os parlamentares devem votar nesta segunda-feira o acordo. Com o consenso entre lideranças republicanas e democratas da Câmara e do Senado, o país pode evitar o "calote" que corre o risco de acontecer a partir desta terça-feira (2). Em Tóquio, o Nikkei 225 registrou valorização de 1,34%, para 9.965,01 pontos. O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,99%, para 22.663,37 pontos. Na bolsa de Seul, o Kospi apresentou elevação de 1,83%, para 2.172,31 pontos. Em Xangai, o Shanghai Composite aumentou 0,08%, somando 2.703,78 pontos.

Próximo passo
No Congresso americano, líderes do Senado - com maioria democrata - e a Câmara dos Representantes - liderada pelos republicanos - informaram que apresentarão para suas bases o rascunho do plano na segunda-feira (1º), antes da votação final para aprovar o acordo.

O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, detalhou que a proposta prevê um corte de US$ 917 bilhões nos gastos domésticos ao longo de 10 anos, além da formação de uma comissão para definir mais US$ 1,5 trilhão em redução de gastos até novembro. A proposta formulada por este painel será votada pelo Congresso.

"Este é o acordo que eu preferiria? Não. Acredito que poderíamos ter tomado agora as decisões duras necessárias sobre a reforma nos benefícios sociais e a reforma tributária, em vez de fazâ-lo através de um processo especial de comitê no Congresso", disse Obama

Corrida contra o tempo
O governo dos Estados Unidos corre contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até o dia 2 de agosto o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, os EUA poderiam ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, haveria risco de "calote".

A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios. Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões), que é o valor máximo estabelecido por lei. Nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.

'Solução equilibrada'
Em um pronunciamento rápido, Obama afirmou que o processo para fechar o acordo bipartidário foi "bagunçado e levou muito tempo", mas agradeceu aos líderes políticos republicanos e democratas por terem se comprometido. O presidente também agradeceu ao povo americano por "vozes, e-mails, twitts" que pressionaram os políticos.

Obama destacou que, como resultado do acordo fechado, "os EUA terão o nível mais baixo de gastos domésticos anuais desde que Eisenhower foi presidente", mas ressalvou que ainda assim, é "um nível de cortes que permite fazer investimentos na criação de empregos, educação e pesquisa". "Também asseguramos que esses cortes não acontecessem de forma tão abrupta. A solução definitiva para o déficit precisa ser equilibrada", acrescentou o presidente.

O líder americano afirmou ainda que apesar da opinião de "alguns republicanos", será necessário "pedir aos americanos mais ricos e às maiores empresas para abrir mão de benefícios fiscais".

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