Hospital de Sorocaba cobrava por vaga em estágio, diz polícia | Rio das Ostras Jornal

Hospital de Sorocaba cobrava por vaga em estágio, diz polícia

Faculdades pagariam R$ 4 mil por ano para garantir estágios de estudantes. 
Nova denúncia está sendo investigada pela polícia.

A polícia está investigando nova denúncia contra a direção do Hospital Regional de Sorocaba, no interior de São Paulo. A direção do hospital é suspeita de cobrar para permitir que alunos de escolas e faculdades particulares de enfermagem fizessem estágio em suas dependências. As investigações concluíram que o esquema funcionava há pelo menos três anos. Para garantir os estágios cada instituição pagaria R$ 4 mil ao hospital por ano. Ao menos 20 estabelecimentos estariam sendo extorquidos. O valor da extorsão estaria em R4 240 mil.

Entre as provas estão e-mails encaminhados aos estabelecimentos por um funcionário do hospital fazendo a cobrança do pagamento. Em um dos e-mails, a funcionária informa que os estágios estão suspensos até a escola mandar a “contrapartida”. Em resposta, o funcionário de uma das escolas informa que vai enviar o pagamento.

Em outra mensagem o hospital é informado que o pagamento poderá ser feito com cheque pré-datado ou depósito bancário. Segundo o delegado que recebeu as denúncias, Alexandre Andreucce, o conteúdo desses e-mails comprova a extorsão. “A prova seria a cobrança desse funcionário que nós temos através de e-mail e os pagamentos através de boletos bancários que foram recolhidos”.

O advogado de Heitor Consoni, diretor afastado do hospital, disse que seu cliente nunca teve conhecimento das propinas cobradas para a realização de estágio. As normas de estágio estão disponíveis no site da secretaria estadual de Saúde. O artigo 11, da resolução 186, estabelece que “é vedada qualquer doação em recursos financeiros ou materiais para unidades de saúde onde serão realizados os estágios”.

Esta é a segunda denúncia contra o hospital neste mês. A primeira denúncia foi feita pelo Fantástico: médicos recebiam por plantões que não realizavam. Doze profissionais, entre diretores, médicos, dentistas e enfermeiros, foram presos. O grupo conseguiu habeas corpus e responde processo em liberdade.

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