Morreu nesta quinta-feira (1º), no Rio de Janeiro, a cantora Nana Caymmi, aos 84 anos. Internada desde agosto do ano passado na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul da capital fluminense, a artista tratava uma arritmia cardíaca.
Nascida Dinahir Tostes Caymmi em
29 de abril de 1941 — dois dias antes de completar 84 anos —, Nana era filha do
compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, além de irmã dos músicos
Dori e Danilo Caymmi. Criada em um ambiente musical, estreou na carreira ainda
bebê, ao lado do pai, na canção “Acalanto”.
“Nana foi uma das maiores intérpretes que o
Brasil já teve. Estamos todos muito tristes, mas ela passou nove meses de
sofrimento intenso no hospital”, declarou o irmão Danilo Caymmi.
Com uma trajetória marcada por
escolhas artísticas coerentes e uma personalidade musical inconfundível, Nana
Caymmi construiu uma discografia sólida. Suas interpretações de compositores
como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Milton Nascimento e Roberto Carlos
conquistaram o público e a crítica, destacando-se pela emoção e profundidade.
Nos anos 1960, despontou na MPB
e, em 1964, participou do álbum histórico Caymmi visita Tom e leva seus
filhos Nana, Dori e Danilo, que ganhou notoriedade internacional. Dois anos
depois, enfrentou vaias no Festival Internacional da Canção ao interpretar
“Saveiros”, de Dori Caymmi — e saiu vencedora. “Eu tava mais preocupada em não
desmaiar do que com as vaias”, relembrou em entrevistas.
Ao longo da carreira, lançou
dezenas de discos, entre eles Nana Caymmi (1975), Renascer (1976), Voz
e Suor (1983), em parceria com o pianista Cesar Camargo Mariano, Bolero (1993)
e A Noite do Meu Bem – As canções de Dolores Duran (1994),
produzido por José Milton.
Nana também revisitou canções do
pai com maestria, como “O Que É Que a Baiana Tem” e “Saudade da Bahia”,
reafirmando o elo com suas raízes musicais.
A artista viveu parte da
juventude na Venezuela, após se casar com um médico local. Retornou ao Brasil
com as duas filhas, Estela e Denise, grávida de seu terceiro filho, fruto de um
relacionamento com João Gilberto.
Em 2004, Nana e os irmãos
receberam o título de cidadãos baianos, reconhecimento à contribuição da
família Caymmi à cultura brasileira.
Gazeta Brasil
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