A Microsoft, em parceria com a Europol, anunciou o desmantelamento bem-sucedido do malware Lumma, responsável por infectar cerca de 394 mil computadores com Windows em todo o mundo. O ataque, que teve seu impacto principal entre 16 de março e 16 de maio de 2025, focava no roubo de dados pessoais e financeiros, mas já foi resolvido.
O Que Era o Lumma e Por Que Era
Perigoso
Conhecido como o “infostealer”
(ladrão de informações) mais abrangente do mundo, o Lumma operava como uma
plataforma de Malware-as-a-Service (MaaS). Desde seu surgimento em 2022, o
malware era comercializado em fóruns clandestinos, permitindo que cibercriminosos
roubassem informações sensíveis em grande escala.
Sua operação estava focada na coleta
de credenciais roubadas, dados financeiros e pessoais, tornando-o um centro de
roubo de identidade e fraude global. A capacidade do Lumma de operar de forma
eficiente e discreta o tornou uma ferramenta preferida dos criminosos
cibernéticos, que acessavam dados para exploração e venda no mercado negro. Sua
facilidade de distribuição e a capacidade de evitar a detecção o tornaram um
recurso valioso para criminosos, incluindo agentes de ransomware conhecidos
como o Octo Tempest.
Como a Microsoft Desarticulou o
Ataque
A Unidade de Crimes Digitais
(DCU) da Microsoft entrou com uma ação judicial em 13 de maio no Tribunal
Distrital dos EUA para o Distrito Norte da Geórgia. Com uma ordem judicial em
mãos, eles iniciaram o desmantelamento da infraestrutura técnica subjacente do
malware.
A colaboração com a Europol e
outros parceiros internacionais foi crucial para coordenar as ações e
compartilhar informações, permitindo que as comunicações entre a ferramenta
maliciosa e suas vítimas fossem interrompidas. A operação também envolveu o
redirecionamento de mais de 1.300 domínios para domínios controlados pela
Microsoft, facilitando o monitoramento e o rastreamento de atividades
cibercriminosas e fornecendo inteligência vital para futuras proteções.
Impacto do Ataque Cibernético e o
Perfil do Criador
O mapa de calor da propagação do
malware mostrava claramente que as áreas com alta atividade do Lumma estavam
centralizadas em certas regiões. Por meio de campanhas de phishing disfarçadas
de entidades conhecidas como Booking.com, os operadores do Lumma conseguiam
enganar inúmeras vítimas, levando-as a revelar informações confidenciais.
Um caso notável ocorreu em março
de 2025, quando a Microsoft identificou uma campanha de phishing simulando
comunicações do Booking.com, explorando credenciais através de uma série de
e-mails falsos e verificações fraudulentas de CAPTCHA. Esses esforços
permitiram que criminosos realizassem fraudes e roubos financeiros em larga
escala, comprometendo setores importantes, da indústria à educação.
No centro do desenvolvimento do
Lumma está supostamente um indivíduo conhecido como “Shamel”, um programador
russo. Shamel utilizou várias plataformas de mensagens para comercializar
diversas versões do malware, oferecendo diferentes níveis de serviço baseados
nas necessidades dos criminosos. Esses serviços permitiam ajustes
personalizados do malware, bem como ferramentas para contornar defesas e
analisar tráfego.
O modelo de negócios desenvolvido
em torno do Lumma destaca a evolução do crime cibernético, que agora adota
práticas comerciais estabelecidas para maximizar sua receita ilícita. Shamel,
com quase 400 clientes ativos, segundo uma entrevista de novembro de 2023,
simbolizou essa industrialização do crime cibernético ao dar ao Lumma não
apenas um apelido, mas também um logotipo de marca.
Esta não é a primeira vez que a
Microsoft coopera com entidades internacionais como a Europol. No passado, a
empresa trabalhou com empresas de tecnologia como ESET, Cloudflare e Lumen para
gerar uma resposta rápida ao combate ao crime cibernético globalmente, criando
sistemas defensivos mais fortes e desenvolvendo estratégias alternativas.
“Sabemos que os cibercriminosos são
persistentes e criativos. Nós também precisamos evoluir para identificar novas
maneiras de interromper atividades maliciosas”, afirmou a empresa em um
comunicado.
Gazeta Brasil

0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!