Vídeos da confusão viralizaram nas redes sociais e mostraram paciente discutindo com funcionários do Hospital Municipal Raul Sertã.
Uma confusão generalizada foi
registrada no Hospital Municipal Raul Sertã, em Nova Friburgo, na Região
Serrana do Rio, nesta segunda-feira (31), após uma paciente se revoltar com a
demora no atendimento e quebrar computador e cadeira da unidade.
Ela foi retirada do local
algemada após ser contida por guardas municipais e policiais militares. Imagens
que circulam nas redes sociais mostram o tumulto.
Segundo relatos de pessoas que presenciaram
a cena, a mulher estava há horas aguardando atendimento e, em meio à dor e ao
estresse, reagiu a um comentário feito por um funcionário, iniciando um
desentendimento.
A Guarda Municipal interveio para
acalmar a situação, mas não foi suficiente. Momentos depois, a paciente voltou
a ficar agressiva, jogou um computador no chão e quebrou uma cadeira na
recepção, quando, então, foi algemada.
Em nota, a Prefeitura disse que
"após causar tumulto no atendimento do hospital, desacatar servidores no
exercício de suas atividades e quebrar três computadores na recepção, a mulher
foi encaminhada para a 151ª DP, onde foi registrado um Boletim de
Ocorrência".
Ainda segundo o município, o
atendimento no hospital durante o ocorrido estava normal e o plantão de médicos
estava com escala completa.
"A paciente estava com a
classificação de risco verde, dentro do tempo médio de espera para atendimento,
que foi de 2 horas e 56 minutos. Essa média está diretamente relacionada ao
volume de atendimentos e à classificação de risco de cada um. A classificação
de risco é feita assim que o paciente é admitido na unidade para estabelecer a
ordem de prioridade, conforme a urgência. Ela é composta pelas cores vermelho,
laranja, amarelo, verde e azul. A cor vermelha representa os casos mais graves,
e a azul, os mais leves", disse a Prefeitura.
Pacientes reclamam da demora
Apesar da justificativa da
Prefeitura, a situação reacendeu as críticas sobre a qualidade do atendimento
no hospital. Pacientes e acompanhantes relatam longas esperas, falta de
informações e escassez de profissionais de saúde.
Márcio Fiaux, aposentado, esteve
na unidade e relatou sua experiência.
"Nós estivemos aqui ontem
com a minha esposa e só conseguimos atendimento depois de quase quatro horas de
espera. Depois disso, a medicação causou uma reação, ela foi encaminhada para o
setor de trauma e agora estamos aguardando novas providências. A situação está
caótica. Ontem, uma mulher teve um surto aqui porque já estava há horas
esperando. Eu presenciei tudo e posso dizer que ela não desacatou ninguém,
apenas perdeu o controle devido à espera prolongada."
Outro relato veio de Clara Silva
Barbosa, que trabalha como acompanhante no hospital.
"Vejo muita gente abandonada
aqui no Raul Sertã, e ninguém faz nada. Algumas pessoas chegam a falecer aqui
sem que ninguém tome uma atitude para encontrar um acompanhante ou acionar a
família. O atendimento está uma vergonha, e os funcionários, em alguns
plantões, tratam os pacientes com ignorância", disse.
Ana Lúcia de Souza Arruda,
costureira e acompanhante da mãe, também criticou a saúde pública no município.
"A saúde de Nova Friburgo
está precária. Para conseguir um especialista, precisamos primeiro passar pelo
clínico geral, e até para marcar um simples exame de sangue tem que esperar
entrar no sistema. Isso precisa mudar. Ontem aconteceu esse episódio triste
aqui no hospital, mas essa não foi a primeira vez que vimos uma confusão por
causa da demora. O prefeito foi reeleito e precisa fazer algo para melhorar
essa situação", pediu.
Por Nathalia Rebello, g1 —
Nova Friburgo
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