Vice-presidente afirmou que
petista é o candidato natural nas próximas eleições; 62% são contra reeleição
do presidente
O vice-presidente Geraldo
Alckmin declarou nesta quinta-feira (3) que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva é o favorito “em qualquer circunstância” para vencer as eleições gerais de 2026,
apesar da desaprovação recorde que o petista enfrenta desde fevereiro. Alckmin
também afirmou que Lula é o candidato “natural” no próximo pleito e desconversou
sobre repetir a chapa com o petista. Nesta quinta, pesquisa Genial/Quaest
mostrou que 62% dos eleitores são contra um novo mandato do petista, aumento de
10 pontos percentuais em relação a dezembro de 2024.
“É natural a candidatura do presidente Lula
[em 2026]. É natural que um presidente, se está fazendo um bom trabalho, seja
candidato à releição. O candidato natural é o presidente Lula, que tem
experiência e liderança. Eu diria [que] hoje [é o] favorito. Aliás, se pegar a
própria pesquisa [desta quinta], você vai verificar que ele é favorito. É
favorito em qualquer circunstância”, destacou Alckmin, em entrevista a um
podcast.
Apesar da declaração, o
vice-presidente ponderou que o “favoritismo” deve ser visto com cautela.
“Devemos ver isso com humildade. O governo pode melhorar muito, prestando
contas, esclarecendo. Tivemos um momento difícil, com inflação, especialmente
de alimentos, mas o governo trabalhou rápido, e acredito que a gente vai
reverter”, observou.
Alckmin minimizou a queda na
popularidade de Lula. Desde fevereiro, as principais pesquisas mostram que a desaprovação
ao presidente é superior à aprovação. “Estamos no meio do mandato. A eleição
não é mês que vem”, declarou.
Para o vice-presidente, a visão
desfavorável ao petista foi causada pela alta do dólar e a seca histórica.
“Tivemos no fim do ano passado e começo deste ano dois fatos que impactam a
inflação, especialmente de alimentos. Um é clima. No segundo semestre, tivemos
seca brutal e calor infernal, então cai a safra e o preço sobe. Por outro lado,
o dólar chegou a R$ 6,20, isso impacta custos de produção, combustível,
máquina, fertilizante, enfim”, explicou, ao afirmar que há previsão recorde
para a safra deste ano e destacar a queda da moeda norte-americana. “Muitos
preços no mercado já estão caindo”, acrescentou.
Relação com Congresso
Alckmin declarou, ainda, que a
dificuldade de relacionamento do Executivo com o Legislativo é causada pelo
excesso de partidos políticos no Congresso Nacional.
“Temos um fato que, com o tempo,
vai ser corrigido — poderia ser mais rapidamente corrigido com a reforma
politica — que é o excesso de partidos políticos. Então, essa fragmentação
partidária muito grande dificulta a governabilidade. Com a cláusula de
barreira, de desempenho, isso vai reduzir: na próxima eleição já vai ter menos
partidos, na outra, menos ainda. É importante que a gente fizesse uma reforma
política para reduzir o número, não é nem de partidos, são siglas partidárias,
porque muitos partidos são cartórios”, criticou o vice-presidente.
Pesquisa
Mesmo em meio a uma crise de
popularidade, Lula lidera todos os cenários de segundo turno testados para as
eleições de 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira
(3). Na avaliação mais apertada, o atual presidente empata tecnicamente com
Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030.
O levantamento mostra que 41% dos
brasileiros avaliam o governo Lula de forma negativa, enquanto 27% têm uma
visão positiva da gestão. Apesar disso, o petista ainda venceria qualquer
adversário em um eventual segundo turno. A pesquisa entrevistou 2.004 pessoas
entre os dias 27 e 31 de março e tem margem de erro de dois pontos percentuais,
para mais ou para menos.
No cenário mais apertado, Lula
aparece com 44% das intenções de voto, contra 40% de Bolsonaro. Caso a disputa
fosse contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Lula venceria por 44%
a 38%.
Contra o governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista teria 43%, enquanto o governador
paulista marcaria 37%. Em janeiro, essa diferença era de 43% a 34%, e em
dezembro, Lula tinha vantagem maior: 52% a 26%.
Outro nome testado foi o do
governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Nesse cenário, Lula venceria por
42% a 35%.
O empresário Pablo Marçal (PRTB)
aparece com 35% das intenções de voto, contra 44% do presidente. Já o deputado
federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) teria 34%, enquanto Lula ficaria com
45%.
No caso de um embate contra Romeu
Zema (Novo), governador de Minas Gerais, Lula venceria por 43% a 31%. No
entanto, Zema vem crescendo na pesquisa: em janeiro, tinha 28% contra 45% do
petista.
Ronaldo Caiado (União Brasil),
governador de Goiás, também apresentou avanço. Em janeiro, ele aparecia com
26%, enquanto Lula registrava 45%. No levantamento atual, Caiado subiu para
30%, e o petista oscilou para 44%.
A pesquisa não testou cenários de
primeiro turno.
Em meio à queda na popularidade,
o presidente Lula realiza hoje um evento de divulgação
R7
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