A Ucrânia apoiou, nesta terça-feira, uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo geral de 30 dias com a Rússia. Em contrapartida, os EUA concordaram em suspender as restrições à ajuda militar e ao compartilhamento de inteligência, segundo uma declaração conjunta
Após conversas na Arábia Saudita, as duas partes também concordaram em concluir “o mais rápido possível” um acordo sobre minerais ucranianos, conforme o comunicado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, emitiu uma declaração após uma reunião entre altos funcionários americanos e ucranianos em Jeddah.
Zelensky afirmou que a proposta da delegação ucraniana incluía três questões: “silêncio no céu” e no mar, além de “medidas reais para gerar confiança”, incluindo a liberação de prisioneiros.
“A parte americana entende nossos argumentos e aceita nossas propostas. Quero agradecer ao presidente Trump pelo caráter construtivo da conversa entre nossas equipes”, declarou.
O assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, disse que a delegação ucraniana deixou “muito claro” nesta terça-feira que “compartilha a visão do presidente Trump para a paz” e que apresentou “passos e propostas concretas”.
Waltz afirmou à imprensa que conversará com seu homólogo russo “nos próximos dias”.
Por sua vez, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que estará reunido com ministros das Relações Exteriores do G7 nos próximos dias, disse que Ucrânia e EUA deram um “passo positivo” e que os Estados Unidos agora “levarão essa oferta” aos russos: “A bola está no campo deles”.
“Vamos dizer a eles: isto é o que está sobre a mesa.”
“A Ucrânia está disposta a parar de disparar e começar a negociar, e agora cabe a eles dizer sim ou não”, acrescentou. “Espero que aceitem. Se o fizerem, avançaremos bastante. Se recusarem, saberemos onde está o impedimento para a paz.”
Espera-se que o enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff, viaje a Moscou no final desta semana, onde pode se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.
Representantes dos Estados Unidos e da Ucrânia se reuniram nesta terça-feira na Arábia Saudita em uma tentativa de recompor relações e definir possíveis concessões para uma eventual negociação de paz com a Rússia.
O encontro começou por volta das 9h GMT e, após as primeiras quatro horas, alguns participantes compartilharam suas impressões.
O oficial ucraniano Andriy Yermak, que lidera a delegação de Kiev, disse que o diálogo com Marco Rubio, Secretário de Estado dos EUA, começou de maneira positiva.
“O encontro com a equipe dos Estados Unidos começou de forma muito construtiva e estamos trabalhando para alcançar uma paz justa e duradoura”, disse Yermak, chefe de gabinete de Volodymyr Zelensky.
Durante uma pausa, ele afirmou que as conversas entre Estados Unidos e Ucrânia continuam em andamento, descrevendo-as como um “trabalho em progresso”.
A delegação americana, liderada por Rubio e pelo assessor de Segurança Nacional Mike Waltz, destacou que as negociações estavam “progredindo bem”.
O governo Donald Trump, que mudou radicalmente a abordagem de Washington em relação ao conflito, busca acelerar o fim da guerra por meio da diplomacia.
A reunião ocorreu em Jeddah, onde a delegação ucraniana, liderada por Yermak, já estava presente. Ele foi acompanhado pelo assessor presidencial Pavlo Palisa e pelos ministros das Relações Exteriores e da Defesa, Andriy Sibiga e Rustem Umerov.
Em uma mensagem no Telegram, Yermak antecipou que a postura de Kiev seria: “Defesa dos interesses ucranianos, uma visão clara para o fim da guerra”.
Do lado americano, as conversas abordaram diferenças surgidas após a suspensão da assistência militar dos EUA e o distanciamento entre Trump e Zelensky nas últimas semanas.
Na véspera do encontro, Zelensky reuniu-se com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, e propôs uma troca de prisioneiros entre Ucrânia e Rússia como um gesto de confiança no processo de paz.
O presidente ucraniano enfatizou a necessidade de libertar não apenas soldados capturados, mas também civis ucranianos detidos na Rússia. Ele também exigiu o retorno de crianças e adolescentes deportados para território russo desde as regiões ocupadas, uma das principais preocupações de Kiev e de organismos internacionais.
“Demos ênfase especial à questão da liberação dos prisioneiros e ao retorno das crianças, que pode ser uma das medidas-chave para criar confiança nos esforços diplomáticos”, explicou Zelensky.
A Arábia Saudita, que já facilitou trocas de prisioneiros entre as partes, pode desempenhar um papel essencial nessas negociações.
Enquanto a Ucrânia busca definir sua estratégia, os Estados Unidos adotam uma postura mais pragmática. A administração Trump alterou a política de Washington sobre a guerra, optando por negociações diretas com Moscou e reduzindo o apoio militar a Kiev.
Em paralelo às reuniões em Jeddah, os EUA mantêm um canal de diálogo com Moscou. O enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deve viajar a Moscou nesta semana para se encontrar com Vladimir Putin, no que seria seu segundo encontro com o líder russo em um mês.
Apesar desse movimento diplomático, Rubio não descartou retomar a assistência militar à Ucrânia, mas garantiu que os EUA não fornecerão apoio militar à Rússia.
Gazeta
Brasil
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