‘Estados Unidos não vão tolerar mais isso por
muito tempo’, disse o presidente americano sobre posição de Kiev; líder
ucraniano afirma que país não vai ceder se não tiver garantias de segurança
O presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump,
afirmou nesta segunda-feira (3) que a posição do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em
rejeitar uma trégua com a Rússia sem
garantias de segurança “sérias” não será tolerada por muito tempo pelo governo
americano. “É o pior que Zelensky poderia dizer, e os Estados Unidos não vão
tolerar mais isso por muito tempo”, escreveu Trump na rede Truth Social. A
declaração veio em resposta a um artigo da agência Associated Press que citava
Zelensky dizendo que o fim da guerra na Ucrânia ainda estava “muito longe”.
Trump acusou o líder ucraniano de
não querer a paz enquanto tiver apoio dos EUA e, durante um encontro tenso na
última sexta-feira (28) na Casa Branca, ameaçou retirar a assistência americana
caso Zelensky não adotasse uma postura mais conciliadora. Ainda nesta
segunda-feira (3), o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou
ao chefe da diplomacia britânica, David Lammy, que Washington está aberto a
negociações para buscar a paz na Ucrânia.
Segundo a porta-voz Tammy Bruce,
a administração americana pretende trabalhar para uma solução diplomática para
o conflito. A posição de Trump, que afirmou que Zelensky “não está pronto para
a paz”, encontra eco na Rússia. O governo russo declarou nesta segunda-feira
que o presidente ucraniano deveria ser “forçado” a assinar um acordo, alegando
que ele não demonstra interesse em encerrar o conflito.
O encontro de sexta-feira entre
Zelensky, Trump e o vice-presidente americano, J.D. Vance,
evidenciou divergências sobre as garantias de segurança exigidas por Kiev. A
Ucrânia busca um acordo que assegure sua proteção e o acesso dos Estados Unidos
a seus recursos minerais.
Enquanto isso, os aliados
europeus mantêm cautela. O presidente francês, Emmanuel Macron,
mencionou no domingo (2) a possibilidade de uma trégua temporária de um mês,
abrangendo o espaço aéreo, o mar e a infraestrutura energética ucraniana. O
Reino Unido, no entanto, afirmou que não há consenso sobre essa iniciativa no
momento. Uma cúpula sobre a Ucrânia e a segurança europeia está marcada para
quinta-feira (7) em Bruxelas.
Durante uma coletiva de imprensa
em Londres no domingo, Zelensky reiterou sua oposição a um cessar-fogo sem
garantias sólidas. “Será um fracasso para o mundo inteiro se a Ucrânia for
forçada a um acordo sem segurança real”, declarou. O presidente ucraniano citou
o histórico de violações russas a trégua anteriores, como a de 2015,
argumentando que Moscou usaria qualquer novo acordo para culpar a Ucrânia por
uma eventual retomada dos combates.
Zelensky também respondeu às
críticas de Trump, que o acusou de agir como um “ditador” ao adiar eleições
devido à guerra. O líder ucraniano destacou que já chegou a oferecer sua
renúncia em troca da paz e da entrada da Ucrânia na Otan, mas Trump indicou que
a adesão do país à aliança militar é improvável.
Enquanto as discussões políticas
avançam, a guerra continua no terreno. No domingo, 15 líderes europeus reunidos
em Londres reafirmaram apoio a Kiev e comprometeram-se a fortalecer suas
defesas contra a Rússia. Na linha de frente, o Exército russo reduziu o ritmo
de avanço em fevereiro. Dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), dos
EUA, mostram que Moscou conquistou 389 km² no mês passado, após ganhos maiores
em janeiro (431 km²) e dezembro (476 km²).
Na região de Dnipropetrovsk, um
ataque russo com um míssil Iskander-M deixou dezenas de mortos e feridos,
segundo fontes militares ucranianas. O Exército russo também avança em direção
a Pokrovsk, cidade estratégica na província de Donetsk, aumentando a pressão
sobre as forças ucranianas.
Com informações da AFP
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