Para um magistrado do Supremo, apenas o voto do relator para descrever a conduta de cada um dos 34 investigados na tentativa de golpe pode levar quatro sessões ou mais
Ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) têm discordado entre si sobre garantir que haverá ritmo acelerado
no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas no
inquérito sobre a tentativa de golpe no país.
Enquanto uma ala acredita que o
recebimento da denúncia ocorra ainda neste mês e o julgamento de mérito também
até o fim deste ano, outra ala observa que, apesar da vontade de parte da Corte
em resolver logo o caso, levará mais tempo decidir sobre o processo diante do
perfil dos investigados.
Em 2023, o STF imprimiu pressa no
caso de acusados da invasão aos prédios dos Três Poderes. O tribunal aceitou as
primeiras denúncias sobre o 8 de janeiro em abril daquele ano. Já as primeiras
condenações vieram em setembro.
Na avaliação de um dos ministros
mais experientes da Corte, ouvido pela CNN, o momento é outro. Para ele,
apenas o voto do relator para descrever a conduta de cada um dos investigados
dessa etapa poderá levar quatro sessões ou mais.
Com um ex-presidente no foco do
julgamento, há percepção entre ministros da Corte de que, além de longos votos,
as defesas irão sobrecarregar o tribunal com pedidos protelatórios.
Outro ministro disse acreditar
que a previsão de receber a denúncia e realizar o julgamento de mérito ainda em
2025 atende ao apelo político de encerrar o caso antes do ano eleitoral.
Para esse ministro, trata-se de
uma previsão muito otimista que desconsidera muitos “incidentes processuais”
que ainda irão ocorrer no trajeto. No caso, muitos questionamentos de
advogados.
CNN
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