A reprovação ao trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atingiu 58% em março, o maior índice desde o início do governo, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (19). O levantamento também revela uma avaliação amplamente negativa do mercado financeiro sobre a condução econômica do presidente Lula.
O estudo, realizado entre 12 e 17
de março com 106 fundos de investimento sediados em São Paulo e no Rio de
Janeiro, aponta que 88% dos entrevistados consideram a gestão de Lula negativa,
enquanto apenas 4% a avaliam como positiva. O percentual de “regular” subiu
para 8%.
Desconfiança no comando
econômico
A queda na popularidade de Lula,
segundo os entrevistados, tem como principais fatores o aumento dos preços dos
alimentos (64%), erros na política econômica (56%) e aumento de impostos (41%).
Por outro lado, enfrentamento do agronegócio (79%), não cumprir promessas de
campanha (60%) e erros de comunicação (56%) foram considerados “pouco
importantes” para essa queda.
A percepção negativa sobre Haddad
disparou em relação à pesquisa anterior, realizada em dezembro de 2024. Na época,
24% o avaliavam negativamente; agora, o índice máximo foi atingido com 58%. O
percentual de avaliação positiva despencou de 41% para 10%, enquanto 32%
consideram seu desempenho regular.
Para 85% dos entrevistados, a
força de Haddad dentro do governo diminuiu, percentual que era de 61% em
dezembro. Apenas 1% acredita que ele ganhou mais espaço.
Galípolo mantém aprovação
Por outro lado, a pesquisa indica
que a gestão de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central tem sido melhor
recebida pelo mercado financeiro. O novo presidente do BC recebeu avaliação
positiva de 45% dos entrevistados, enquanto 41% a classificam como regular.
Apenas 8% consideram sua atuação negativa.
Apesar disso, a maior parte dos
entrevistados acredita que “ainda é cedo” para julgar as decisões de Galípolo.
Entre os que opinaram, 38% consideram que ele tem tomado decisões “técnicas” e
5% avaliam que sua postura é “política”.
Cenário econômico e
expectativa para 2026
A pesquisa também aponta que 93%
dos agentes financeiros acreditam que a economia brasileira segue na direção
errada, ainda que esse percentual tenha caído um pouco em relação a dezembro
(96%).
Entre os entrevistados, 83%
projetam uma piora econômica nos próximos 12 meses, enquanto 58% veem risco de
recessão no Brasil. Além disso, 87% esperam um aumento de 1 ponto percentual na
taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Sobre a eleição de 2026, 60% dos
entrevistados acreditam que Lula será candidato à reeleição, embora esse
percentual tenha recuado em relação à pesquisa de dezembro (70%). No entanto,
66% avaliam que ele não é o favorito para vencer o pleito.
Gazeta Brasil
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