Maioria dos denunciados têm até o
fim do dia para se manifestar; Braga Netto e ex-comandante da Marinha têm até
sexta (7)
A defesa do ex-presidente
Jair Bolsonaro tem até esta quinta-feira (6) para responder às
acusações da PGR
(Procuradoria-Geral da República) de envolvimento em um suposto
plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. O R7 apurou
que os advogados devem alegar ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o
ex-presidente jamais concordou com qualquer trama contra a ordem democrática e
que o alegado golpe nunca foi consumado.
Além disso, um argumento que a
defesa pode usar é de que, se quisesse dar um golpe, Bolsonaro poderia ter
trocado os comandantes das Forças Armadas para obter apoio dos militares, visto
que os líderes da Aeronáutica e do Exército teriam se colocado contra o suposto
plano.
O prazo para entrega da defesa da
maioria dos denunciados termina nesta quinta, exceto no caso do general Walter
Braga Netto e do almirante Almir Garnier, que têm até sexta-feira (7) para se
manifestarem sobre a denúncia. Com o recebimento das respostas, Moraes pode
marcar o julgamento para analisar a denúncia na Primeira Turma.
Quais crimes são atribuídos a
Bolsonaro e a seus aliados
- Tentativa de abolição violenta do estado
democrático de direito (pena de 4 a 8 anos);
- Golpe de estado (pena de 4 a 12 anos);
- Organização criminosa armada (pena de 3 a 8 anos
que pode ser aumentada para 17 anos com agravantes citados na denúncia);
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça,
contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima
(pena de 6 meses a 3 anos);
- Deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3
anos).
Próximos passos
Caso a denúncia seja aceita pelo
STF, os alvos se tornam réus e passam a responder penalmente pelas ações na
corte.
Então, os processos seguem para a
fase de instrução, composta por diversos procedimentos para investigar tudo o
que aconteceu e a participação de cada um dos envolvidos no caso. Depoimentos,
dados e interrogatórios serão coletados neste momento.
Depois, o ministro responsável
pelo caso produz um relatório. Na sequência, a Primeira Turma julga se condena
as pessoas envolvidas no processo.
O Supremo Tribunal Federal pode
julgar ainda este ano o ex-presidente Jair Bolsonaro
Quem foi indiciado
Ao todo, 34 pessoas foram
denunciadas, acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e
contra o Estado Democrático de Direito.
Segundo a PGR, as peças
acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de
mensagens que revelam o “esquema de ruptura da ordem democrática”. Os
documentos do órgão descrevem “a trama conspiratória armada e executada contra
as instituições democráticas”.
Veja a lista de denunciados:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros - ex-major do
Exército e advogado
- Alexandre Rodrigues Ramagem - deputado federal e
ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência)
- Almir Garnier Santos - ex-comandante da Marinha de
abril de 2021 a dezembro de 2022
- Anderson Gustavo Torres - ex-ministro da Justiça e
ex-secretário de Segurança Pública do DF
- Ângelo Martins Denicoli - major da reserva do
Exército
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira - ex-ministro-chefe
do Gabinete de Segurança Institucional
- Bernardo Romão Correa Netto - coronel do Exército
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha - engenheiro
especialista em segurança da informação
- Cleverson Ney Magalhães - coronel do Exército e
ex-oficial do Comando de Operações Terrestres
- Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira - General
de Brigada do Exército
- Fabrício Moreira De Bastos - ex-comandante do 52º
Batalhão de Infantaria de Selva em Marabá (PA)
- Filipe Garcia Martins Pereira - ex-assessor
especial para assuntos internacionais da Presidência da República
- Fernando De Sousa Oliveira - ex-número 2 da
Secretaria de Segurança Pública do DF
- Giancarlo Gomes Rodrigues - subtenente do Exército
- Guilherme Marques De Almeida - tenente-coronel de
Infantaria
- Hélio Ferreira Lima - tenente-coronel
- Jair Messias Bolsonaro - ex-presidente da República
- Marcelo Araújo Bormevet - agente da Polícia Federal
- Marcelo Costa Câmara - coronel do Exército
- Márcio Nunes De Resende Júnior - coronel do
Exército
- Mário Fernandes - general da reserva
- Marília Ferreira De Alencar - ex-subsecretária da
SSP-DF
- Mauro César Barbosa Cid - tenente-coronel do
Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
- Nilton Diniz Rodrigues - general do Exército
- Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho - neto de
João Figueiredo, o último general presidente na ditadura militar
- Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira - general do
Exército e ex-ministro da Defesa
- Rafael Martins de Oliveira - tenente-coronel
- Reginaldo Vieira de Abreu - coronel
- Rodrigo Bezerra de Azevedo - tenente-coronel
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior - tenente-coronel
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros -
tenente-coronel
- Silvinei Vasques - ex-diretor-geral da Polícia
Rodoviária Federal
- Walter Souza Braga Netto - general da reserva e
ex-ministro da Defesa. Também foi candidato a vice-presidente em 2022
- Wladimir Matos Soares - policial federal
R7
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