O Brasil contabilizou 22.663 focos de incêndio em novembro de 2024, conforme dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A Amazônia liderou em número de queimadas, concentrando 14.158 focos, ou 62,5% do total. Apesar do alto índice, o número de queimadas foi inferior ao registrado no mesmo mês de 2023, quando ocorreram 26.819 focos.
Setembro permanece como o pior
mês de 2024 em número de incêndios, com 83.154 focos – o maior registro para o
período desde 2010, quando foram contabilizados 109.030. No acumulado do ano, o
país soma 266.224 queimadas.
O Pará foi o estado mais afetado
em novembro, com 9.555 focos, seguido pelo Maranhão (4.046) e pelo Ceará
(2.475). Os seis biomas brasileiros registraram ocorrências de fogo no período,
com destaque para a Caatinga, que contabilizou 4.842 focos, representando 21,4%
do total.
Além das queimadas, o Brasil
enfrentou uma seca severa em 2024, considerada a pior em 75 anos, de acordo com
o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A estiagem,
que teve início antecipado em algumas regiões, foi intensificada por fenômenos
climáticos como o El Niño, o aquecimento anormal das águas do Atlântico
Tropical Norte e recordes de temperaturas globais.
No caso da Amazônia, o período de
seca, iniciado em junho, se estendeu de forma crítica, configurando a estiagem
mais longa já registrada. Municípios da região enfrentam cerca de um ano de
seca contínua, agravada por ondas de calor intensas – foram seis desde o início
do período seco, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (Cemaden).
O cenário climático extremo eleva
a vulnerabilidade dos biomas brasileiros, impacta a biodiversidade e desafia as
estratégias de combate a incêndios e mitigação de desastres naturais.
Gazeta Brasil
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