‘Vamos falar sobre nossos interesses
comerciais, sobre nosso comércio’, disse o presidente francês; líderes se
reencontrarão na cúpula do G20 no Rio de Janeiro, na segunda (18) e terça-feira
(19)
Emmanuel Macron se
reuniu neste domingo (17) em Buenos Aires com
o presidente argentino, Javier
Milei, com o duplo objetivo de “defender” os agricultores franceses
mobilizados contra o acordo comercial com o Mercosul e de
convencer o ultraliberal a não agir sozinho em questões climáticas. Após uma
homenagem simbólica às vítimas da ditadura militar argentina (1976-1983),
especialmente as francesas, Macron visitou a Casa Rosada, sede da presidência
argentina, onde foi recebido por Milei, que é acusado de revisionismo por seus
críticos em relação a este sombrio período da história do país sul-americano.
Macron chegou à Argentina no sábado (16) e ambos os líderes se reencontrarão na
cúpula do G20 no
Rio de Janeiro, na segunda (18) e terça-feira (19).
“Vamos falar sobre nossos
interesses comerciais, sobre nosso comércio, sobre a defesa da nossa
agricultura e dos nossos agricultores”, disse o presidente francês no TikTok, a bordo do avião
que o levava a Buenos Aires. Na França,
agricultores e políticos temem que um possível tratado de livre comércio entre
a União Europeia e
o Mercosul aumente a disponibilidade de carne latino-americana na Europa e
provoque a concorrência desleal de produtos que não estão sujeitos às rigorosas
normas ambientais e sanitárias vigentes na Europa. Em Buenos Aires e no Rio,
Macron se fará porta-voz desse rejeição, embora seja sobretudo aos outros
europeus, especialmente Alemanha e Espanha, favoráveis à assinatura do tratado.
Também insistirá que Paris
rejeita o texto do acordo e exigirá que sejam incluídas disposições para o
respeito às normas de fiscalização, bem como ao Acordo de Paris sobre o clima.
Milei, cético em relação ao aquecimento global, retirou
na quarta-feira (13) a delegação de seu país da conferência sobre
mudanças climáticas da ONU (COP29)
em Baku e especula-se sobre sua possível saída do Acordo Climático de Paris,
algo que Trump fez
durante seu primeiro mandato (2017-2021). O Palácio do Eliseu, sede da
presidência francesa, espera, portanto, conseguir “conectar o presidente Milei
às prioridades do G20”.
Paris também pretende aprofundar
as relações econômicas com a Argentina, especialmente no setor de metais
críticos, já que o grupo minerador Eramet acaba de inaugurar uma mina de lítio
no país sul-americano. Macron também tentará avançar na possível venda dos
submarinos franceses Scorpène, embora a Presidência francesa relativize o
estado dessas negociações.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
Publicado por Matheus Lopes
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