A menos de dois meses para o início do próximo mandato na Venezuela, os Estados Unidos reconheceram Edmundo González Urrutia como presidente eleito do país caribenho.
Em uma mensagem publicada na
plataforma X, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que “o
povo venezuelano se manifestou de forma contundente em 28 de julho e escolheu
Edmundo González Urrutia como presidente eleito”. Ele acrescentou: “A democracia
exige respeito à vontade dos eleitores”.
A declaração de Washington,
oficializada por Blinken durante reuniões no Rio de Janeiro no contexto da
Cúpula do G20, representa o reconhecimento mais claro ao opositor desde o meio
do ano. Até então, a Casa Branca apenas mencionava que a Plataforma Unitária
Democrática havia obtido mais votos que Nicolás Maduro, sem usar termos
concretos para confirmar a vitória.
Nas reuniões, Blinken também
ressaltou aos aliados a importância de manter a pressão internacional sobre o
regime chavista, para que reconheça a derrota e permita um retorno pacífico à
democracia no país.
No final de julho, a Venezuela
realizou eleições presidenciais marcadas por denúncias de fraude tanto pela
população quanto pela comunidade internacional. A oposição apresentou atas
oficiais comprovando a vitória do ex-diplomata Edmundo González Urrutia,
enquanto o chavismo se recusou a divulgar os dados oficiais do Conselho
Nacional Eleitoral (CNE) e declarou Maduro como vencedor.
Desde então, Washington e seus
aliados têm pressionado o governo de Caracas para que publique os resultados
oficiais e reconheça a derrota.
Diante da resistência do regime
chavista, o governo de Joe Biden intensificou as sanções contra o país, algo
que pode ser ampliado a partir de 20 de janeiro, com a posse de Donald Trump.
Como parte dessas medidas, a
Câmara dos Representantes dos EUA aprovou nesta terça-feira (19) uma lei que
proíbe o governo de firmar contratos com indivíduos ou empresas que colaborem
com o regime venezuelano. O projeto, conhecido como Lei Bolívar, foi
apresentado pelo legislador republicano Mike Waltz e pela democrata Debbie
Wasserman Schultz. A proposta visa combater os “interesses corporativos
obscuros que alimentam a corrupção e o roubo eleitoral no país”.
“Essa legislação envia uma mensagem clara e
poderosa a Maduro, assim como a outros ditadores ao redor do mundo, de que não
haverá apaziguamento, tolerância ou recompensa por suas ações ilegais e
desonestas”, destacou Waltz. Wasserman Schultz acrescentou que “enquanto os
Estados Unidos não eliminarem os interesses corporativos que sustentam a
corrupção e o roubo eleitoral de Maduro, não podemos dizer que estamos
verdadeiramente comprometidos com o povo venezuelano”.
Gazeta Brasil
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