Na manhã de quinta-feira (24), a Polícia Federal (PF) apreendeu quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo na residência do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso. A operação, denominada Ultima Ratio, tem como alvo um suposto esquema de compra de sentenças judiciais.
Durante a ação, foram encontradas
notas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e até dólares, além de documentos, mídias,
computadores e celulares.
Júlio Roberto Siqueira Cardoso,
que se aposentou do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) neste ano
após 40 anos de magistratura, foi um dos principais alvos da operação.
Ao todo, foram cumpridos 44
mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Campo Grande/MS,
Brasília/DF, Cuiabá/MT e São Paulo/SP.
A PF também implementou medidas
como o afastamento da função pública e o monitoramento eletrônico dos
investigados.
Além do montante em dinheiro, a
operação resultou na apreensão de revólveres, pistolas e espingardas. Em
decorrência da investigação sobre corrupção e venda de sentenças, cinco
desembargadores do TJMS foram afastados. Os magistrados Sérgio Fernandes Martins,
presidente do TJMS; Vladimir Abreu da Silva; Alexandre Aguiar Bastos; Sideni
Soncini Pimentel; e Marcos José de Brito Rodrigues estão suspensos por um
período inicial de 180 dias, conforme determinação do Superior Tribunal de
Justiça (STJ).
A investigação revelou indícios
de negociação de decisões judiciais em processos e julgamentos, mediadas por
advogados, lobistas e parentes dos desembargadores envolvidos. Também foram
afastados o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de MS, Osmar Domingues
Jeronymo, e seu sobrinho, Danillo Moya Jeronymo, que também é servidor do TJMS.
As investigações apontam para a prática de crimes como lavagem de dinheiro,
extorsão, falsificação e organização criminosa.
Gazeta Brasil
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