Instituição alega que valores
pagos em setembro são referentes às despesas realizadas em meses anteriores
Rio - A Fundação
Saúde pagou R$ 857 mil ao Laboratório PCS Saleme no mês
de setembro, mesmo após o primeiro caso de contaminação por HIV em paciente
transplantado ser descoberto pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), no dia 10
do mesmo mês. Em nota, a instituição alegou que os valores pagos em
setembro são referentes às despesas realizadas em meses anteriores, que já
tinham sido faturados quando foi determinada a instauração da sindicância.
A sindicância da Fundação Saúde
foi instaurada somente no dia 1º de outubro. "A Fundação Saúde
informa que não foi realizado pagamento após 01/10", frisou o órgão. A
contratação do PCS Lab pela Fundação Saúde é alvo de investigação pela Polícia
Civil e pelo Ministério Público do Rio.
Em documentos divulgados pelo G1,
e confirmado pela reportagem de O DIA, consta o total de R$
299.003,95 em pagamentos, com datas entre 1º e 9 de outubro. Um deles
é a nota fiscal 51385, de 1º de outubro, no valor de R$ 218.668,94, por exames
realizados entre os dias 1º e 19 de julho. O segundo documento foi o
SEI85239326 expedido em 9 de outubro, anexada com a nota fiscal 51387 no valor
de R$ 40.613, 97 à Fundação Saúde, que também se refere a serviços prestados também
entre 1 e 19 de julho.
A Fundação Saúde explicou que os
comprovantes apresentados pela reportagem se referem a serviços prestados antes
da interdição do Laboratório. "Conforme está na própria nota de
liquidação, a competência é a junho de 2024. Esse serviço foi pago em setembro.
O documento SEI 85239326 e a Nota Fiscal 51385 são referentes a serviços
prestados em julho, que não foram pagos pela Fundação em função da suspensão do
contrato. No total, a Fundação pagou, em setembro, cerca de R$ 857 mil ao Laboratório
PCS", informou a instituição.
Civil e MPRJ investigam
contratação
A Polícia Civil desmembrou, nesta
quarta-feira (16), o procedimento que apura os falsos laudos emitidos pelo
Laboratório PCS Saleme e instaurou novo inquérito para investigar a contratação da
empresa pela Fundação Saúde.
Nesta nova etapa, o trabalho
policial vai contar com apoio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao
Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) da Polícia Civil e da
Controladoria-Geral do Estado. "A força-tarefa do Governo do Rio visa à
rápida elucidação dos fatos e à responsabilização dos envolvidos em caso de
constatação de irregularidades", disse a Civil por meio de nota. Ainda
nesta quarta-feira (16), funcionárias da Fundação Saúde foram à Cidade da
Polícia, na Zona Norte do Rio, para prestar depoimento.
O Ministério Publico do Rio de
Janeiro (MPRJ) também investiga possíveis irregularidades em
contratos da Fundação Saúde com a empresa responsável por assinar os exames de
HIV errados que provocaram a infecção pelo vírus em seis pacientes
transplantados.
O Dia
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