Um juiz da Geórgia, estado crucial para a eleição presidencial dos Estados Unidos de 2024, suspendeu temporariamente nesta terça-feira (15) uma regra que exigia a contagem manual dos votos em cédulas de papel.
Essa regra, aprovada pelo
Conselho Eleitoral do Estado da Geórgia em 20 de setembro, poderia atrasar a
apuração dos votos em um dos estados decisivos para a eleição. Com a votação iniciada
na mesma terça-feira, o juiz Robert McBurney determinou que era apropriado
interromper a aplicação da nova regra, pois sua implementação a poucas semanas
do dia 5 de novembro, data da eleição, poderia gerar incertezas. Segundo dados
divulgados, mais de 250 mil pessoas votaram no primeiro dia de votação no
estado.
regra agora suspensa previa que o número de
cédulas de papel — e não os votos registrados — fosse contabilizado em cada
local de votação por três grupos distintos de fiscais, que deveriam chegar ao
mesmo resultado. A Geórgia, que historicamente registra disputas eleitorais
acirradas, é um estado onde o vencedor leva todos os delegados, aumentando a
importância de um processo de apuração eficiente e claro.
Em 2020, o estado foi palco de
uma das tentativas de Donald Trump, então presidente e atual candidato
republicano, de reverter sua derrota para Joe Biden. Após perder na Geórgia por
uma margem estreita, Trump telefonou para o secretário estadual pedindo que “encontrasse”
11.780 votos.
Com a aproximação da eleição,
democratas temem que aliados de Trump possam estar manipulando as regras para
contestar uma eventual nova derrota por margem apertada, agora por meio do
controle do Conselho Eleitoral estadual. O conselho, que passou para o controle
de aliados de Trump no início deste ano, já implementou diversas mudanças nas
regras eleitorais nos últimos meses, contrariando orientações de outras
autoridades, como o procurador-geral do estado e o secretário de Estado.
Os eleitores da Geórgia utilizam
máquinas de votação com tela sensível ao toque, que imprimem uma cédula com as
escolhas do eleitor e um código QR lido por scanners para contagem dos votos. A
decisão do Conselho Eleitoral estadual foi aprovada com o voto de três membros
republicanos, enquanto o único democrata e o presidente apartidário votaram
contra a medida.
Gazeta Brasil
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