A deputada federal Tabata Amaral,
que conquistou 9,91% dos votos válidos, já declarou apoio ao psolista, mas
descartou subir em seu palanque
Poucos minutos após a confirmação
do resultado da acirrada disputa pela Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)
e Guilherme
Boulos (PSOL) fizeram seus primeiros pronunciamentos, já dando o
tom do que deve ser o segundo turno. O emedebista exaltou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos)
e afirmou que não permitirá que a cidade seja levada para a “desordem”. Boulos,
por sua vez, enfatizou a proximidade de Nunes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nunes e Boulos terminaram o primeiro turno com uma diferença de aproximadamente
25 mil votos – número ínfimo no universo de 9,3 milhões de eleitores da capital
paulista.
A deputada federal Tabata Amaral
(PSB), que conquistou 9,91% dos votos válidos, já declarou apoio a Boulos, mas
descartou subir em seu palanque. Quanto a Pablo Marçal (PRTB),
Nunes deu a entender em entrevista coletiva que não recusaria seu apoio.
Segundo aliados, o prefeito não vai pedir o apoio do influenciador, mas não
quer atacá-lo para não afastar seus eleitores. O prefeito fez seu primeiro
discurso ao lado da esposa, Regina Nunes, e cercado de políticos que atuaram em
sua campanha, entre eles, o governador Tarcísio de Freitas, o ex-titular do
Palácio dos Bandeirantes Rodrigo Garcia (sem partido), os dirigentes
partidários Gilberto Kassab (PSD) e Baleia Rossi (MDB), que também é
coordenador de sua campanha, além do candidato a vice-prefeito, Ricardo Mello
Araújo (PL), e Tomás Covas, filho do ex-prefeito Bruno Covas.
A declaração de Nunes sugere que
ele pretende intensificar a estratégia já adotada no primeiro turno de colar em
Boulos a pecha de radical. O prefeito afirmou que a disputa representa a
“diferença entre ordem e desordem”, “experiência e inexperiência”, “boa gestão
e interrogação” e “equilíbrio e radicalismo”. Nunes ainda destacou que a
parceria com o governador tem sido essencial para o avanço das políticas
públicas e defendeu que sua gestão foi para “todos”. Depois, em entrevista à
imprensa, o emedebista subiu o tom contra o líder sem-teto, afirmando ser a
representação do “centro e da direita” contra a “extrema esquerda”.
Boulos, por sua vez, fez um
discurso direcionado sobretudo para a periferia, destacando os legados da
gestão de sua vice, Marta Suplicy (PT), e o apoio de Lula (PT) à sua
candidatura. Além disso, buscou vincular Nunes ao ex-presidente Jair Bolsonaro,
reforçando sua estratégia de polarizar a disputa municipal. “Do lado de lado,
nós temos o candidato apoiado pelo Bolsonaro. Um candidato que acredita que o
Bolsonaro fez tudo certo na pandemia. Um candidato que agora, no primeiro
turno, se colocou contra a vacina. Um candidato que acredita que o 8 de janeiro
foi apenas um encontro de senhoras, e não uma tentativa de golpe Do lado de cá,
nós temos o time que ajudou a resguardar a democracia no Brasil. Temos o
presidente Lula, o
vice presidente Geraldo
Alckmin, a ministra Marina Silva”, afirmou o líder sem-teto.
Boulos afirmou que deseja
dialogar com os eleitores que não o escolheram no primeiro turno. Em seu
discurso, criticou a gestão de Nunes, apontando problemas como a insegurança na
cidade, filas na saúde e superlotação nos ônibus, e declarou que a “enorme
maioria do povo de São Paulo votou pela mudança”. O deputado também deu a
entender que continuará explorando o episódio do boletim de ocorrência
registrado pela esposa de Nunes, Regina Nunes, por suposta violência doméstica
e ameaça, afirmando que o prefeito precisa “responder e esclarecer o que não
fez no primeiro turno sobre agressão contra mulher”.
*Com informações do Estadão
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Publicado por Marcelo Bamonte
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