‘Quando nós abrimos os dados nós só temos boas
notícias, tanto do lado da receita quanto do lado da despesa’, afirmou o
ministro da Fazenda a jornalistas, em Nova York
O ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, afirmou que o mercado “nem esperou” as explicações sobre a redução no
volume congelado no orçamento brasileiro, de R$ 15 bilhões para R$ 13,3
bilhões. Uma coletiva de imprensa está agendada para ocorrer nesta
segunda-feira (23), para tratar do assunto, mas os dados foram divulgados na
sexta-feira (20), último dia do prazo legal para o governo enviar o Relatório
de Receitas e Despesas do 4º bimestre ao Congresso Nacional.
“O mercado nem esperou a segunda-feira, a
entrevista que vai ser dada. Mas quando nós abrimos os dados nós só temos boas
notícias, tanto do lado da receita quanto do lado da despesa”, disse Haddad, a jornalistas,
em Nova York. O
desbloqueio de recursos desencadeou uma série de críticas entre economistas e
operadores do mercado financeiro, que esperavam que o governo, ao contrário,
ampliasse o volume de recursos congelados.
Sobre o aumento de juros no
Brasil, o ministro da Fazenda afirmou que vê o movimento impactando as
conversas com investidores estrangeiros nos EUA. Na sua visão, o novo ciclo de
aperto monetário no país será ‘temporário’ e as taxas devem voltar a cair assim
que ‘as coisas entrarem nos eixos’. “Na minha opinião, vai ser temporário o
aumento dos juros no Brasil e nós vamos retomar em seguida, assim que as coisas
estiverem nos eixos, vamos retomar a trajetória sustentável de queda de juros”,
avaliou o ministro.
Mais um “degrauzinho”
Haddad reafirmou que espera que o
Brasil avance mais um degrau em 2025 em seu rating pelas agências de
classificação de risco, na busca pela retomada do grau de investimento. O país
está a dois patamares de distância de recuperar o selo de bom pagador pelas
três maiores classificadoras do mundo: Moody’s, S&P e Fitch Ratings.
“Ano após ano nós estamos
superando os degraus que foram perdidos. Esse ano tivemos três boas notícias, o
ano passado também, e o ano que vem nós esperamos mais um degrauzinho na busca do
grau de investimento”. Sobre a atração de recursos estrangeiros, o ministro da
Fazenda afirmou que o primeiro ponto é a volta do crescimento no Brasil.
“O Brasil estava há 10 anos sem crescer,
produzindo déficits públicos. Nós vamos ter o melhor resultado em 10 anos, com
exceção da maquiagem que foi feita em 2022, que envolveu calote e privatizações
atabalhoadas e suspeitas”, afirmou Haddad.
Na visão dele, o trabalho que o
governo brasileiro tem feito tem contribuído para gerar confiança, sobretudo do
empresário estrangeiro. “Esse investidor não tem partido no Brasil a não ser o
próprio investimento. Não tem um alinhamento ideológico. Tem um alinhamento com
as oportunidades que o Brasil oferece”, concluiu.
Por Jovem Pan
*Com informações do Estadão
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Publicado por Carolina Ferreira
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