No entanto, a vice-presidente
executiva venezuelana, Delcy Rodríguez, comentou no domingo (8) que o país
manteve ‘amplas conversas com a Espanha sobre a saída de González’
O ministro das Relações
Exteriores da Espanha,
José Manuel Albares, garantiu nesta segunda-feira (9) que o governo de seu país
“não aceitou qualquer exigência nem houve qualquer negociação” com a Venezuela para
facilitar a saída do líder opositor Edmundo González
Urrutia. “Com Edmundo em Caracas ou em Madri, não vamos reconhecer a
suposta vitória” do atual presidente venezuelano, Nicolás Maduro,
declarou Albares em entrevistas à emissora de rádio espanhola “Onda Cero” e ao
canal de televisão “Telecinco”. O ministro espanhol reforçou que não houve
qualquer contrapartida para o Executivo de Maduro, apenas “contatos
operacionais” para que González pudesse sair da Venezuela, e desafiou aqueles
que alegam que houve negociações para mostrá-las abertamente.
Albares frisou que Caracas não propôs
condições nem Madri as teria aceitado, e reiterou a exigência de que o governo
do país latino-americano publique as atas das últimas eleições. O caso de
González, acrescentou, envolvia uma situação humanitária, pois trata-se de uma
pessoa de 76 anos sobre quem pesa um mandado de prisão, “mas também política”,
e o que prevaleceu em todos os momentos foi garantir sua segurança e seus
direitos. Sobre como o fato de González estar asilado na Espanha afetará um
possível reconhecimento pela União Europeia (UE)
da vitória reivindicada pela oposição venezuelana, o ministro lembrou que
esteve muito envolvido no reconhecimento do então líder opositor Juan Guaidó em
2019 e no final não deu em nada.
O objetivo agora, insistiu
Albares, é tentar promover uma negociação entre o governo de Maduro e a
oposição venezuelana para encontrar uma solução pacífica e democrática para
esta crise. Albares se mostrou ciente de que Maduro não vai entregar as atas
das eleições de julho, mas vê opções para promover esta negociação já que o
presidente venezuelano está no cargo até 10 de janeiro e, quando perceber que
essas conversas não são viáveis, se perguntará “E agora?”. O ministro espanhol
destacou que a única pessoa com quem conversou foi o próprio González, que
chegou ontem a Madri em
um avião da Força Aérea e o fez para confirmar que pretendia viajar para a
Espanha, onde pediu asilo político.
No entanto, a vice-presidente
executiva venezuelana, Delcy Rodríguez, comentou no domingo que a Venezuela
manteve “amplas conversas” com a Espanha sobre a saída de González. “Foram
realizadas amplas conversas e contatos para operacionalizar a saída do opositor
González Urrutia do país com todas as garantias oferecidas por um
salvo-conduto, produto do acordo entre os dois governos”, afirmou Rodríguez em
seu canal no Telegram. A crise venezuelana tornou-se um tema recorrente na
Espanha no confronto entre a oposição conservadora, liderada pelo Partido
Popular, e o governo do socialista Pedro Sánchez.
Dirigentes do Partido Popular
tinham pedido que a Espanha desse asilo a Edmundo González, mas o eurodeputado
conservador Esteban González Pons considerou ontem que o asilo ao político
venezuelano “não está fazendo um favor à democracia, mas tirando um problema da
ditadura” de Nicolás Maduro. Edmundo González espera ser recebido nos próximos
dias por Pedro Sánchez e por Albares. O antichavista pediu asilo na Espanha por
considerar que na Venezuela sofria perseguições políticas e judiciais depois de
um tribunal ter emitido um mandado de detenção contra ele por ter divulgado
atas eleitorais que comprovariam sua vitória nas eleições de 28 de julho.
González Urrutia ficou escondido durante um mês, até o dia 5 de setembro, na
embaixada da Holanda em
Caracas, até se deslocar para a da Espanha, onde permaneceu até este sábado,
quando partiu para Madri.
Por Jovem Pan
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!