Polícia Federal tirou sigilo de
gravação de Alexandre Ramagem. Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O ex-diretor da Abin (Agência
Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem afirmou
que a gravação de uma reunião realizada em 2020, com o objetivo de traçar
planos para proteger uma investigação envolvendo Flávio Bolsonaro,
foi feita com o consentimento e conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além dos dois, estavam presentes duas advogadas de Flávio, Luciana Pires e
Juliana Bierrenbach, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
(GSI), Augusto Heleno. Ramagem explicou que a gravação foi feita para registrar
um possível crime contra o presidente da República, mas que a situação não se
concretizou e, por isso, a gravação foi descartada. O grupo suspeitava que um
emissário do ex-governador fluminense Wilson Witzel, que não compareceu à
reunião, iria pedir vantagens políticas em troca de facilitar o caso de Flávio.
O atual deputado ressaltou que não houve irregularidades, uma vez que todos os
presentes estavam cientes da gravação e que as advogadas tiveram participação
ativa na reunião.
Durante o encontro, as advogadas
teriam solicitado a intervenção do GSI para iniciar uma
investigação sobre supostos desvios de salários dos funcionários do gabinete de
Flávio na Alerj. Ramagem se manifestou contrariamente a essa abordagem,
orientando a defesa de Flávio a buscar a Receita Federal para apurar possíveis
irregularidades de forma legal e administrativa. A gravação da reunião, que
teve mais de uma hora de duração, foi obtida pela Polícia Federal e teve seu
sigilo retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Em nota, Flávio Bolsonaro negou qualquer irregularidade por parte de suas
advogadas, destacando que as medidas tomadas foram dentro da legalidade e
visavam proteger sua família de possíveis interesses políticos dentro da
Receita Federal.
Ramagem declarou que Jair
Bolsonaro sabia da gravação e que a fez porque tinha a informação que um
emissário de Witzel poderia fazer uma “proposta nada republicana”. No entanto,
a pessoa não foi à reunião. “A gravação seria para registrar um crime contra o
presidente da República, só que isso não aconteceu”, disse o deputado. “O
presidente Bolsonaro sempre se manifestou na reunião por não querer
favorecimentos ou jeitinhos.” Bolsonaro ainda não se manifestou sobre o
assunto. Witzel negou ter feito qualquer proposta ao ex-presidente. “Ele deve
ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca
tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja
por acreditar que eu faria, a nível local, o que hoje se está verificando que
foi feito com a Abin e Policia Federal.”
Por Jovem Pan
Publicada por Felipe Cerqueira
*Reportagem produzida com auxílio
de IA
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