Ramagem ficou particularmente exposto na segunda-feira, quando o STF divulgou gravação feita por ele durante reunião com Bolsonaro. Marcos Oliveira/Agência Senado
Ex-chefe da Abin foi ouvido entre
15h e 22h da quarta (17), no âmbito de investigação que apura a suposta
espionagem ilegal de importantes figuras políticas e outras personalidades
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), chefe da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro,
prestou depoimento nesta quarta-feira (17), no âmbito de uma investigação que
apura a suposta espionagem ilegal de importantes figuras políticas e outras
personalidades. Ramagem, pré-candidato à
Prefeitura do Rio
de Janeiro nas eleições municipais de outubro, depôs por mais de
seis horas na Superintendência da Polícia Federal (PF) na capital fluminense.
Ele chegou pouco antes das 15h30, sem dar declarações, e deixou o local por
volta das 22h, segundo a imprensa. Os investigadores suspeitam que durante
o mandato de Bolsonaro (2019-2022) tenha sido formada uma “organização
criminosa” dentro da Abin para monitorar importantes figuras políticas, como
ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) e até jornalistas. Homem de confiança de
Bolsonaro, Ramagem dirigiu a Abin de julho de 2019 até março de 2022. O
parlamentar foi alvo de buscas e apreensões em janeiro passado. Em 11 de
julho, uma nova operação policial ligada a esta investigação resultou na prisão
de cinco suspeitos, incluindo um militar, um policial federal e um
influenciador digital.
Segundo o ministro do STF
responsável pelo caso, Alexandre de Moraes –
uma das pessoas ilegalmente monitoradas, segundo investigadores – a
“organização infiltrada na Abin” tinha como objetivo “obter vantagens
políticas, produzir desinformação, atacar adversários políticos (…) e
desestabilizar as instituições republicanas”. Ramagem, no entanto, alega
que é inocente. O deputado criticou a investigação na semana passada em uma
postagem na rede social X, dizendo que o procedimento visa “levar à imprensa
ilações e conjecturas superficiais”. Ramagem ficou particularmente exposto
na segunda-feira, quando o STF divulgou o áudio de uma gravação feita por ele
em agosto de 2020 durante uma reunião com duas advogadas e Jair Bolsonaro,
ocasião em que discutiram formas de resolver problemas judiciais do filho mais
velho do então presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Veículos
de imprensa relataram que Jair Bolsonaro teria ficado “furioso” ao saber que
foi gravado sem seu conhecimento. Ramagem, por outro lado, afirmou que
essa gravação foi feita “com o consentimento” do ex-mandatário. Bolsonaro,
impedido de concorrer até 2030, não está diretamente implicado nesta
investigação que apura a suposta espionagem ilegal, embora seja alvo de vários
outros processos.
Por Jovem Pan
Publicado por Heverton Nascimento
*Com informações de AFP

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