Grupo islâmico afirmou que não
exige mais uma trégua permanente para iniciar negociações sobre a libertação de
reféns israelenses
Os chefes dos serviços de inteligência
dos Estados
Unidos e de Israel planejam viajar ao Catar na
quarta-feira (10) para discutir um acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel
em Gaza,
informou uma fonte conhecedora das conversas nesta segunda-feira (8). Os
diretores da CIA, William Burns, e do Mossad israelense, David Barnea,
“viajarão para Doha na quarta-feira”, afirmou a fonte, acrescentando que os
dois vão se encontrar com o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman
Al Thani. A perspectiva de uma trégua em Gaza tem sido foco de um acordo
progressivo elaborado pelos mediadores há meses, o qual começaria com uma
trégua. Um alto funcionário do Hamas afirmou no domingo (7) que o movimento não
exige mais um cessar-fogo permanente para iniciar negociações sobre a
libertação de reféns israelenses. “Enquanto o Hamas mostra flexibilidade e
positividade para facilitar a conclusão de um acordo (…) Netanyahu continua
colocando novos obstáculos às negociações”, “intensificando sua agressão”
contra Gaza, acusou o movimento nesta segunda. Netanyahu reiterou que
continuará a guerra até a destruição do Hamas e a libertação de todos os
reféns.
Os mediadores internacionais –
Catar, Estados Unidos e Egito – têm negociado nos bastidores há meses para
alcançar um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns mantidos em cativeiro
pelo Hamas. Barnea estava em Doha na sexta-feira e, após seu retorno,
Israel anunciou que uma delegação voltaria ao Catar esta semana. Também se
espera que o Egito realize reuniões esta semana. A fonte, que falou sob
condição de anonimato, declarou que as conversas na capital do Catar estão
focadas na “transição de um cessar-fogo inicial para um período de calma mais
duradouro”.
Segundo um representante
palestino, mediadores egípcios também devem participar das conversas em Doha,
onde a delegação do Hamas será liderada por Khalil al-Hayya. Entre vários
pontos de divergência, o responsável citou o fato de Israel “vetar a libertação
de 100 prisioneiros palestinos” de suas prisões, “incluindo vários altos
líderes do Hamas, Fatah, Jihad Islâmica e Frente Popular”. O Hamas,
acrescentou, “exigiu que os mediadores se comprometam com a completa retirada
israelense da passagem de Rafah e do corredor de Filadélfia”, localizados entre
o sul de Gaza e o Egito, “na quinta semana” do cessar-fogo, se este entrar em
vigor. “Há outros pontos (…) relacionados ao retorno dos deslocados do sul
da Faixa de Gaza à Cidade de Gaza e ao norte” do território palestino,
acrescentou.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
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