Alvos pertencem à facção Terceiro
Comando Puro (TCP). Até o momento, três criminosos foram presos
Rio - A Polícia Civil realiza uma
operação, na manhã desta quinta-feira (20), no Morro do Dendê, que mira
traficantes acusados de extorquir motoristas de aplicativo na Ilha do
Governador, na Zona Norte do Rio. Até o momento, três criminosos foram presos.
Entre os presos, dois foram
identificados como Leonardo Rodrigues Pereira, vulgo Dogão,
e Anderson dos Santos Barbosa.
De acordo com as investigações,
os alvos pertencem à facção Terceiro Comando Puro (TCP) e atuam como
narcomilicianos na região, comercializando drogas e extorquindo motoristas por
meio de ameaças com armas, homicídios e tortura das vítimas.
Os criminosos lucram com a cobrança ilegal de “taxas”, para tentar controlar o
serviço de transporte por aplicativo na região. Os motoristas eram abordados
por motociclistas envolvidos com o crime e levados para o interior da
comunidade. Lá, traficantes iniciavam uma série de extorsões em troca do
direito de atuar na Ilha.
"Depois que o motorista
cedia a essas exigências, eles então entregavam adesivos para que eles não
fossem mais abordados pelos criminosos e assim estariam, de certa forma, na
visão deles, habilitados ou permitidos a circularem na região", destacou o
delegado Felipe Santoro, delegado titular da 37ª DP (Ilha do Governador).
Agentes da 37ª DP são
responsáveis pela ação, batizada de "Operação Bandeira Livre", que
visa cumprir cinco mandados de prisão preventiva contra os criminosos.
Policiais das delegacias do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC);
Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Coordenadoria de
Recursos Especiais (Core) também participam.
"Nós cumprimos três desses [cinco] mandados, ainda faltam dois. Estamos
efetuando diligências a fim de cumprir esses dois mandados que ainda estão
pendentes. Nós ainda cumprimos um outro mandado de prisão, que foi localizado
no interior da comunidade, mas não diz respeito à Operação Bandeira
Livre", explicou o delegado.
Segundo o delegado, todos os
presos foram reconhecidos pelas vítimas. "A gente não tem qualquer dúvida
de que fazem parte dessa organização criminosa que vem extorquindo
reiteradamente os motoristas aqui na Ilha do Governador".
Com as prisões, o esperado
é que motoristas de aplicativo voltem a circular com tranquilidade na
região, já que não há qualquer restrição de circulação e nenhum alerta que
impossibilite a atuação na localidade.
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Além disso, o delegado destacou
que a organização está sendo desmantelada para que não surjam novos criminosos
ocupando o lugar dos que foram presos.
"A gente acredita que esses
fatos não mais se repetirão. Nós estamos efetuando diligências para prender o
mentor dessa organização, que seria o Neves. Temos identificados outros
integrantes que serão indiciados pela prática e também serão requeridas as
prisões", disse Santoro.
Motoristas sofrem sequestros
na Ilha
Em maio deste ano, motoristas de aplicativo afirmaram que estavam sendo
rendidos, sequestrados e extorquidos por traficantes da Ilha do
Governador. Foram, ao menos, 30 casos deste tipo no último mês.
Em um grupo nas redes sociais, motoristas relatam como é o modus operandi dos
criminosos na região. Segundo eles, os bandidos fazem a abordagem e os obrigam
a subir a comunidade escoltados pelo tráfico. Em seguida, recebem ordens para
desbloquear o celular e fazer o pagamento de uma taxa de segurança ilegal, por
meio de pix, que varia entre R$ 60 e R$ 450.
MPRJ denuncia traficantes que cobram taxas a motoristas de aplicativo
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou traficantes ligados à facção Terceiro
Comando Puro (TCP) por extorsão a motoristas de aplicativos,
mototáxis e táxis na Ilha do Governador.
Aberto pelo promotor Sauvei Lai, da 2ª Promotoria de Justiça e Investigação
Penal Territorial, o pedido cobra a prisão preventiva dos criminosos, que atuam
na comunidade do Dendê, Pixunas e outras localidades.
Segundo a denúncia, as vítimas são ameaçadas pelos grupo criminoso com o uso de
armamento pesado, incluindo fuzis, e obrigados a pagar taxas semanais
de R$ 150. A partir do pagamento, os motoristas seriam incluídos em
cooperativas. Os grupos seriam chamados pelos criminosos de "Cooperativa
do Crime" e "Cooperativa da Extorsão".
O Dia
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