Pessoas que fogem do Sudão devastado pela guerra fazem fila para embarcar em um barco de Port Sudan em 28 de abril de 2023. Os combates se intensificaram no Sudão, apesar das forças rivais concordarem em estender uma trégua destinada a conter quase duas semanas de guerra que matou centenas e causou destruição generalizada. AFP
Segundo a entidade, mulheres e
meninas têm sido, e continuam sendo, submetidas a violações coletivas,
sequestros e matrimônios forçados
Uma equipe de especialistas que
examina abusos cometidos na brutal guerra civil do Sudão,
afirmou, nesta terça-feira (18), que investiga denúncias de escravidão sexual
nos centros de detenção e ataques contra civis por motivos étnicos. A Missão
Internacional Independente de Apuração de Fatos “recebeu informações confiáveis
de muitos casos de violência sexual cometidos pelas facções envolvidas no
conflito”, disse o chefe da missão, Mohammed Chande Othman, ao Conselho de
Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), em Genebra.
“Mulheres e meninas têm sido, e continuam sendo, submetidas a violações
coletivas, sequestros e matrimônios forçados”, declarou Othman. O representante
da organização ainda afirmou que a equipe analisa informações de escravidão e
tortura sexual nas prisões, inclusive contra homens e meninos.
O conflito se arrasta desde abril
de 2023, entre o exército a mando de Abdel Fatah al Burhan e as paramilitares
Forças de Apoio Rápido de seu ex-aluno, Mohamed Hamdan Dagalo, e já deixou
dezenas de milhares de mortos e tem afetado a mais de nove milhões de pessoas,
segundo a ONU. A missão examinadora foi criada pelo conselho da ONU para
investigar os supostos abusos no conflito. Ambos os grupos têm sido
acusados de crimes de guerra, incluindo ataques deliberados contra civis,
bombardeios indiscriminados de áreas residenciais e o bloqueio da ajuda
humanitária, apesar dos avisos de que milhões de pessoas estão à beira da
fome. Othman também disse que o grupo analisa informações do recrutamento
de meninos, muitas vezes para participar “diretamente em combates e cometer
crimes violentos”.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
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