São 12 mandados de busca e
apreensão e um de prisão. Agentes do MPRJ e do Gaeco cumprem mandados em
Arraial do Cabo, Cabo Frio, Maricá, Itaperuna e na Ilha do Governador nesta
terça-feira (18).
O empresário Marcos Antônio
Ferreira do Nazareth, o Marquinho de Nicomedes, foi preso em operação do
Ministério Público e Polícia Civil do Rio de Janeiro, na manhã desta
terça-feira (18). A operação Toque de Caixa cumpre mandados contra uma
organização suspeita de desviar mais de R$ 6 milhões da Prefeitura de Arraial
do Cabo, na Região dos Lagos do Rio.
Segundo o MP, os alvos do mandado
de prisão e dos 12 de busca e apreensão são integrantes de uma organização
criminosa que desviou dinheiro a partir do pagamento por obras e serviços não
executados.
Dezenove pessoas foram
denunciadas à Justiça pelos crimes de falsidade ideológica, peculato, corrupção
ativa e passiva, ordenação de despesa não autorizada, falso testemunho e
lavagem de dinheiro.
O g1 tenta contato com
a defesa dos alvos.
De acordo com as investigações da
Polícia Civil, os crimes aconteceram entre os anos de 2018 e 2020.
"Entre os denunciados estão
um empresário (atualmente pré-candidato a vereador), o ex-vice-prefeito de
Arraial do Cabo, secretários de governo (pastas da Saúde e Obras), servidores
públicos lotados em cargos de assessoramento, coordenação e direção em
secretarias municipais, à época dos fatos. Também foram denunciados um
engenheiro e um fiscal de obras", disse o MP.
Os mandados foram expedidos pelo
Juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa e são cumpridos em
Arraial do Cabo, Cabo Frio, Maricá, Itaperuna e na capital
(Ilha do Governador). Também estão sendo cumpridos mandados em Juíz de Fora.
De acordo com a denúncia, as
empresas M.A.F do Nazareth e a Atlantic receberam mais de seis milhões em
decorrência dos contratos firmados com a Prefeitura de Arraial do Cabo, para a
realização de obras no Posto de Saúde da Figueira e a do Posto de Saúde Hermes
Barcellos.
"À época, em 2020, o
prefeito se afastou do cargo em razão de uma medida judicial, o que
possibilitou que um dos denunciados assumisse o cargo executivo e autorizasse a
liberação dos pagamentos “no apagar das luzes” (na última semana de mandato),
descreve a denúncia. Mais de 50% do valor da obra foi repassado nos últimos
três meses daquele ano. Os valores foram quitados, mas as obras não foram
realizadas", disse a denúncia do Ministério Público.
Segundo a denúncia do Ministério
Público, as investigações revelaram que as duas empresas de foram criadas
exclusivamente para firmar contratos com o município entre 2018 e 2020.
Ainda de acordo com a denúncia,
uma das empresas pertence ao ex-sócio do traficante Ném, da Rocinha.
"Os valores referentes aos
contratos administrativos firmados de forma irregular eram depositados nas
contas das empresas contratadas, pertencentes a um dos denunciados.
Posteriormente, os recursos eram distribuídos para conta de particulares, com a
finalidade de ocultar o dinheiro e os seus destinatários finais", disse
ainda o MP.
O MP informou que segundo as
investigações, a conta bancária da empresa Atlantic, tinha um único sócio
"laranja", também denunciado pelo GAECO/MPRJ, e era utilizada como
uma holding para lavagem de dinheiro. A denúncia revela que alguns contratos
foram celebrados por dispensa de licitação.
"A apuração apontou ainda o
desaparecimento de processos administrativos e de documentos referentes aos
procedimentos licitatórios relacionados às empresas, na tentativa de dificultar
a apuração dos atos ilegais praticados pelo grupo criminoso junto à Prefeitura
de Arraial do Cabo", afirmou o MP.
Por g1 — Arraial do Cabo
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