Fundo Monetário Internacional
(FMI) parabenizou o governo Milei por exceder suas metas e anunciou um acordo
que permite o desembolso de quase 800 milhões de dólares (R$ 4,1 bilhão)
A inflação na Argentina registrou
em abril o quarto mês consecutivo de desaceleração, de 8,8% mensal, o primeiro
índice de um dígito em um semestre, que foi comemorado como “uma goleada” pelo
presidente Javier Milei, embora economistas alertem que isso
corresponde à queda do consumo. “Estamos goleando a inflação”, festejou Milei
nesta terça, pouco antes da divulgação do primeiro registro de um dígito mensal
desde outubro do ano passado, quando a inflação ficou em 8,3%. O Fundo Monetário
Internacional (FMI) parabenizou o governo Milei por exceder suas
metas e anunciou, nesta segunda (13), um acordo que permite o desembolso de
quase 800 milhões de dólares (R$ 4,1 bilhão).
A variação do Índice de Preços ao
Consumidor (IPC) acumula um aumento de 65% no decorrer deste ano, após a
erupção inflacionária de 25,5% de dezembro, e ficou em 289,4% em 12 meses,
informou o instituto de estatísticas Indec. O setor de maior aumento no mês foi
habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (35,6%), devido à
suspensão dos subsídios e aos aumentos das tarifas. Na sequência vem
comunicação (14,2%), pelos aumentos nos serviços de telefonia e internet, e
vestuários e calçados (9,6%), pela mudança de temporada. As duas seções
que registraram os menores aumentos foram alimentos e bebidas (6%), bens e
serviços (5,7%) e bebidas alcoólicas e tabaco (5,5%).
O presidente impulsiona uma
ambiciosa desregulação da economia com o objetivo de alcançar o “déficit zero”
para o fim do ano. A Argentina vive uma forte recessão econômica e um
ajuste fiscal que permitiu, no primeiro trimestre do ano, o primeiro superávit
desde 2008. A organização multilateral destacou o “primeiro superávit fiscal
trimestral em 16 anos, a rápida queda da inflação, a mudança de tendência das
reservas internacionais e uma forte redução do risco soberano”. Contudo,
especialistas alertam que o superávit foi conseguido com cortes de gastos que
não são sustentáveis no tempo: milhares de demissões, paralisação de obras
públicas e deterioração de salários e aposentadorias em um país com a metade de
seus 47 milhões de habitantes na pobreza.
Por Jovem Pan
*Com informações da AFP
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