Partido ultradireitista ficou na
terceira posição e aumentou consideravelmente o número de cadeiras no
Parlamento, mas Luís Montenegro, o provável primeiro-ministro, rechaça a ideia
de aliança
As apurações das eleições
em Portugal apontaram
uma vitória acirrada da coalizão Aliança Democrática (AD), de centro-direita,
formada por Partido Social Democrata (PSD), Partido Popular (CDS-PP) e Partido
Popular Monárquico (PPM), sobre o Partido Socialista. A AD conquistou 29,54%
dos votos contra 28,67% dos esquerdistas. Em terceiro lugar ficou o Chega, de
extrema-direita, com 18,03% dos votos, mostrando crescimento em relação às
últimas eleições. Era especulado que a aliança liderada por Luís Montenegro ira
se aproximar do Chega para obter maioria absoluta, mas ele refutou a ideia.
“Naturalmente que cumprirei a minha palavra [de não fazer acordo com o Chega],
não faria à democracia tamanha maldade que seria não assumir compromissos que
assumi de forma tão clara. É com elevado sentido de responsabilidade que irei
dar nota da nossa pré-disposição para governa. Da nossa parte não falharemos a
Portugal. Sabemos que o desafio é grande, sabemos que vai exigir grande sentido
de responsabilidade a todos, sabemos que vai exigir da nossa parte, e da minha
em particular, grande capacidade
de diálogo e tolerância democrática. Mas, em
respeito pela vontade livre do povo português temos de dar ao país novas
políticas e cumprir a base do programa que foi hoje sufragado”, disse
Montenegro.
É preciso ter 116 deputados dos
230 assentos. Com a contagem de 226 das 230 cadeiras da Assembleia, a Agência
Democrática (AD) assegurou 79 assentos, enquanto os socialistas garantiram 77.
O partido Chega, que detinha apenas 12 deputados na legislatura anterior, viu
seu número de representantes saltar para 48. Dos 22 assentos restantes, 13
foram conquistados por siglas de esquerda, 8 pela direita, e um ficou sob a
alcunha de uma sigla independente.
O aumento da extrema direita no
país ocorre enquanto Portugal se prepara para comemorar no próximo mês o 50º
aniversário da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura fascista comandada
por António Salazar e a 13 anos de guerras coloniais. A três meses das eleições
europeias, essas eleições antecipadas confirmam que a extrema direita está em
ascensão em todo o continente, como já se viu na Itália e nos Países Baixos.
Portugal era um dos poucos países da Europa liderado pela esquerda. A taxa de
abstenção nas eleições deste domingo foi projetada entre 32% e 46,5%.
Sob o governo socialista,
Portugal foi marcado pela inflação, apesar da consolidação das finanças
públicas, do crescimento acima da média europeia e do baixo desemprego.
Portugal também sofreu com problemas nos serviços de saúde e nas escolas, além
de uma grande crise imobiliária. Além disso, há uma série de escândalos de
corrupção, que acabaram derrubando Antonio Costa, e o aumento da população
migrante, que dobrou em cinco anos, dois dos temas eleitorais da extrema
direita. O Partido Social Democrata e o Partido Socialista se alternavam no
poder por décadas e, nestas eleições tinham o desafio de conter o crescimento
de um partido de extrema direita. As pesquisas indicam um aumento de 7% em
relação às eleições em 2022, confirmando a tendência de crescimento da
ultradireita observada em outros lugares na União Europeia.
Por Sarah Américo

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