Anúncio foi feito por Flávio Dino durante o Programa Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas; ministro rebateu críticas e disse que intervenção federal não é ‘varinha de condão’
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou nesta segunda-feira, 2, durante o Programa Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas, que o governo federal liberou R$ 20 milhões à Bahia para enfrentamento da onda de violência no Estado. Já no Rio de Janeiro, foi autorizado o uso da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal, atendendo um pedido do governador fluminense, Cláudio Castro (PL), para combater o crime organizado no Complexo da Maré e realizar demais ações no Estado, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro.
Durante o anúncio, o ministro rebateu
as críticas sobre não ter pedido para decretar uma intervenção federal na Bahia
e no Rio de Janeiro em meio à onda de violência nos dois Estados. Dino afirmou
que o governo federal não deve fazer segurança pública sozinho; precisa
trabalhar com os governos estaduais e municipais, para inclusive, aprender com
as secretarias de segurança pública locais. “O governo federal não pode fazer
segurança pública sozinho porque a constituição impede. Por isso, precisamos
trabalhar com os Estados e municípios. Inclusive, que vocês nos ensinem. Qual
autoridade eu tenho de chegar lá na Bahia e dizer o que é o certo? Eu tenho que
conversar com a equipe que está lá na Bahia”, disse Dino.
O ministro citou a atuação do
governo federal junto ao governo do Rio Grande do Norte como exemplo. Durante a
onda de violência em Natal, não houve intervenção, mas uma ação participativa
do Ministério da Justiça — “bem sucedida”, segundo Dino. “Temos que fazer o que
fizemos no Rio Grande do Norte, o secretário acabou de dizer. Nós não chegamos
lá para dizer: ‘Nós vamos resolver esse negócio, saiam da frente, pois vamos
resolver no lugar de vocês. Isso é desrespeito, isso é prepotência, isso é
arrogância, isso é falta de inteligência. Nós não fazemos isso, às vezes acham
que temos uma varinha de condão que se chama intervenção federal”, disse o
ministro, ao citar os artigos da Constituição que regem a intervenção. Ele
citou ainda que a autonomia dos Estados dentro da Norma Federativa são o que
protegem a sociedade e impedem “algum momento de ditadura”.
Por Brasília
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