Carlos Fávaro defende limite do
número de armas
O ministro da Agricultura, Carlos
Fávaro, afirmou na terça-feira 4 que considera legítimo que o homem do campo
tenha uma arma para defesa pessoal, situação que hoje é garantida pela
legislação federal. Ele acha, no entanto, que o número de armas deve ser
limitado “a uma ou duas” e mais que isso é exagero.
Segundo Fávaro, o presidente Lula
concorda com esta posição. “É legítimo o homem do campo ter uma ou duas armas
lá para fazer a primeira defesa, um pouco de munição. Porque, lógico, ele está
a 50, 100 quilômetros da cidade. Se ele ligar 190 [número da polícia], dá tempo
do bandido barbarizar, fazer o que quiser dentro da propriedade, roubar, bater,
espancar e não chegou a polícia ainda”, declarou o ministro da Agricultura, em
entrevista coletiva.
“Se a criminalidade tiver a
certeza que lá no campo não tem nenhuma arma, a vulnerabilidade é certa e o
risco do homem do campo é iminente. E o presidente também pensa assim”,
acrescentou.
Entretanto, afirmou Fávaro, o
número de armas deve ser limitado porque “não faz sentido” haver “100 armas” na
propriedade, como fuzis de assalto. “O homem do campo vai continuar tendo o
direito de ter uma arma, duas, um pouco de munição. Mais do que isso é
exagero.”.
Uma das primeiras medidas do
governo Lula, em 1º de janeiro, foi revogar decretos do governo de Jair
Bolsonaro sobre acesso a armas e munições, na tentativa de reduzir o acesso da
população civil às armas. O governo também abriu prazo para que itens sejam
recadastrados em um sistema da Polícia Federal, tirando a competência do
Exército.
Também foi no governo Bolsonaro
que uma lei específica para o produtor rural foi aprovada no Congresso e
sancionada sem vetos, em 2019. A Lei
13.870, em vigor, permite o porte de arma por toda a extensão da
propriedade rural e não apenas na sede.
Nos quatro anos últimos anos, o
número de invasões de propriedades rurais pelo MST foi menor desde o governo de
Fernando Henrique Cardoso, quando
foram registradas 2,5 mil invasões; nos oito anos de Lula, foram 2 mil; no
governo de Bolsonaro, 24.
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