Em entrevista ao Direto ao Ponto,
da Jovem Pan News, ex-presidente defendeu seu legado e lembrou impeachment de
Dilma: ‘Quem não dialogou adequadamente com o Legislativo caiu’
O ex-presidente Michel Temer foi
o convidado da noite desta segunda-feira, 3, do programa Direto ao Ponto,
da Jovem Pan News, e conversou com a bancada sobre o atual cenário
da política brasileira. Vice de Dilma
Rousseff de 2010 a 2016 e presidente entre 2016 e 2018 — ao
assumir cargo após impeachment —, Temer foi peça importante em reformas como a
do Ensino
Médio e a trabalhista,
além de instituir o teto de gastos. Por isso, ele comentou sobre os trâmites do
presidente Luis Inácio Lula
da Silva para revertê-las. “É lamentável, mas também vejo com
alegria que o ministro da Educação [Camilo Santana] já disse que é ‘quase
impossível’ modificar a reforma do Ensino Médio”, pontuou. Sobre o teto de
gastos, o cacique do MDB acredita que o governo petista “está fazendo uma
adaptação”. “Se está fazendo o melhor ou não, eu ainda não sei dizer, mas para
fazer radicalmente mudanças não se consegue”, completou. Questionado sobre como
vê o início de mandato de Lula, Temer se mostrou surpreso com a postura do
petista. “O povo se guia pelo que ouve. Eu sempre achei que o presidente Lula,
se vencesse — como venceu —, iria pacificar o país, e é interessante que em
vários pronunciamentos que ele fez ele disse que o país precisava de
tranquilidade, que não tinha que ter ódio. Mas lamento dizer que, até o
presente momento, as palavras não são de harmonia, são de desarmonia”,
declarou.
Durante a conversa, ele ainda
citou como lidou tranquilamente com a campanha “Fora Temer” que o acompanhou
durante a sua gestão. “Havia um movimento para me derrubar”, declarou o
sucessor de Dilma. Segundo ele, sua atuação em reformas o colocaram como alvo.
“Como viam que eu tinha um prestígio grande no exterior e aqui, tínhamos
reduzido a inflação, feito reformas, etc., as pessoas perceberam e falaram:
‘Não podemos deixá-lo continuar, vamos derrubá-lo’. Foi um mal ao país”,
declarou. Porém, Temer lembrou que tinha boa relação com o Congresso e, por
isso, nenhum pedido de impeachment prosperou. “‘Quem não dialogou adequadamente
com o Legislativo caiu'”, destacou o emedebista, lembrando de Fernando Collor
de Mello e Dila Rousseff, dois ex-presidentes que não terminaram seus mandatos.
Ele também falou sobre perspectivas para as eleições de 2026, com nomes como
Simone Tebet, Romeu Zema e Tarcísio de Freitas. O Direto ao Ponto vai
ao ar toda segunda-feira, às 21h30, na TV Jovem Pan News, site
da Jovem Pan, rádio FM 100.9, AM 620 e no aplicativo Panflix.
Por Jovem Pan
Assista à íntegra da
entrevista com Michel Temer
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