Segundo Alberto Fernández, chefe
do Executivo brasileiro queria que ele intercedesse junto ao governo da Bolívia
para permitir que a ex-presidente interina boliviana, condenada a 10 anos de
prisão por atos antidemocráticos, se refugiasse no Brasil
O presidente da Argentina, Alberto Fernández,
afirmou nesta quarta-feira, 29, que rejeitou o pedido feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL)
para que intercedesse junto ao governo da Bolívia para
permitir que a ex-presidente interina boliviana Jeanine Áñez se
refugiasse no Brasil. “Ele veio me pedir para interceder junto à Bolívia para
que Áñez fosse ao Brasil como solicitante de asilo e eu disse a ele que
infelizmente não poderia fazer nada disso”, disse Fernández em entrevista à
emissora “C5N”. Áñez
foi condenada à prisão na Bolívia por descumprimento de deveres e resoluções
contrárias à Constituição quando assumiu o poder em 2019.
O presidente argentino declarou
ainda que “a Bolívia deu um exemplo ao mundo ao julgar um golpe com tribunais
ordinários e sem mudar os juízes naturais”. Na última segunda-feira, 27,
Bolsonaro comentou que estava trabalhando para oferecer asilo a Áñez. Bolsonaro
revelou que discutiu a possibilidade com outros líderes sul-americanos, entre
os quais citou Alberto Fernández, com quem disse ter discutido a situação de
Áñez na última Cúpula das Américas. “Faremos o possível para que venha ao
Brasil”, declarou Bolsonaro, que considerou que Añez foi “presa injustamente”
por “supostos atos antidemocráticos” após “vencer o grupo simpático” ao ex-presidente
Evo Morales.
Áñez assumiu interinamente o
comando do país como segunda vice-presidente do Senado em 12 de novembro de
2019, dois dias depois que Evo Morales renunciou
ao poder, assim como todos os funcionários na linha de sucessão presidencial. A
renúncia ocorreu em meio à crise política e social que eclodiu após as eleições
de outubro daquele ano e denúncias de suposta fraude em favor de Morales, que
negou essa possibilidade. Añez ficou no poder por um ano e meio e foi sucedida
pelo atual presidente, Luis
Arce, que venceu as eleições de 2020 como candidato do Movimento pelo
Socialismo (MAS), mesmo partido de Morales. A ex-presidente interina
foi presa em março de 2021 e, no último dia 10, condenada a 10
anos de prisão por um tribunal de La Paz, que emitiu a mesma sentença
contra o ex-comandante das Forças Armadas, Williams Kaliman, e o ex-comandante
da Polícia, Yuri Calderón, cujos paradeiros são desconhecidos.
Por Jovem Pan
*Com informações da EFE
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentario.
Fique sempre ligado do que acontece em nossa cidade!