Pivô de escândalo envolvendo a empresa da família no Petrolão trava embate na Justiça contra parentes
O empreiteiro Marcelo Odebrecht esquentou a disputa familiar pós-Lava Jato ao protocolar na Justiça de São Paulo e da Bahia acusações contra o pai e o irmão sobre extorsão, segundo informações da edição desta segunda-feira, 18, de O Globo.
De acordo com Marcelo, o pai,
Emílio, e o irmão mais novo, Maurício, condicionaram o fechamento de um acordo
que estava sendo negociado com o grupo Odebrecht a que ele entregasse de graça
a sua participação de 20% na EAO Empreendimentos, empresa que inclui as
fazendas e as obras de arte da família.
Marcelo confirma nos documentos
entregues à Justiça ter gravado conversas com negociadores indicados pelo pai,
ao perceber que o acordo não sairia.
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Nos documentos, Marcelo acusa os
dois familiares de usar a Odebrecht para conseguir vantagens particulares à
custa de seu patrimônio pessoal. Segundo o executivo, suas ações da EAO
representam atualmente a totalidade do seu patrimônio.
Em São Paulo, correm as duas
ações que a Odebrecht move contra Marcelo. Os processos estavam suspensos desde
setembro de 2021, para que o executivo e a companhia negociassem um acordo. No
último dia 10, as negociações se encerraram, por causa da questão das fazendas,
diz O Globo.
Marcelo e o grupo Odebrecht
protagonizam disputa na Justiça desde dezembro de 2019, quando o executivo
deixou a prisão e passou a fazer novos depoimentos à Lava Jato, acusando o pai
e o cunhado, Maurício Ferro (casado com Mônica Odebrecht), de desviar recursos
da empreiteira e da petroquímica Braskem.
Na Bahia, o empreiteiro
conseguiu, na última semana, uma liminar suspendendo a realização de uma
assembleia de acionistas da EAO, prevista para o último dia 13. Marcelo afirma
que a direção fraudou as atas de reuniões anteriores, ao fazer constar que ele
estava presente, até mesmo quando estava preso.
A Odebrecht é um dos pivôs do
escândalo que ficou conhecido como Petrolão, revelado a partir de 2014 nas
investigações da Operação Lava Jato. Existente durante o governo do PT na
Presidência da República, o esquema envolvia uma série de empresas que se
beneficiaram de modo ilícito do caixa da Petrobras e que pagavam propinas.
Em junho de 2015, Marcelo
Odebrecht foi preso pela Polícia Federal. Na época, o executivo era o
presidente do grupo que levava seu sobrenome.
Odebrecht investigada nos EUA
O
FBI está oferecendo US$ 5 milhões (cerca de R$ 24 milhões) por informações de
propinas pagas pela Odebrecht ou Braskem nos Estados Unidos. A iniciativa
faz parte do Programa de Recompensas de Recuperação de Ativos de Cleptocracias
— palavra grega para denominar governo liderado por corruptos.
A Braskem é controlada pela
Novonor, que se chamava Odebrecht até mudar o nome, em dezembro de 2020.
A Odebrecht admitiu ao
Departamento de Justiça dos EUA “que pagou cerca de US$ 800 milhões em
propinas”. De acordo com as autoridades norte-americanas, o dinheiro alcançou
funcionários de governos em 12 países, entre 2011 e 2016. A lista é formada por
“Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala,
México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela”.
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