Foto: Reprodução/Internet
O Governo
Bolivariano de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, anunciou, neste sábado
(1), Dia do Trabalho, um aumento de quase 300% no valor do salário mínimo. Mas,
os venezuelanos não têm nada a comemorar porque o novo acréscimo não é capaz de
comprar um quilo de carne no país, devido à desenfreada hiperinflação.
"Entra em
vigor um aumento do salário mínimo para 7 milhões de bolívares",
equivalente a 2,5 dólares, informou o ministro do Trabalho, Eduardo Piñate,
diante de uma concentração de seguidores do chavismo em ação por ocasião do dia
1º de maio.
Apesar do
aumento, o montante é insuficiente para recuperar o poder de compra dos
venezuelanos. O país sofre a pior crise da história moderna e 10 milhões de
venezuelanos não conseguem comprar um quilo de carne, por 3,75 dólares, em uma
economia dolarizada, atravessando seu quarto ano de hiperinflação e o oitavo de
recessão.
A economia da
Venezuela é administrada por comerciantes formais e vendedores ambulantes e os
preços dos produtos sobem de acordo com a disponibilidade, em dólar, claro. Uma
caixa de 30 ovos, por exemplo, custa 11 milhões de bolívares, o mesmo que um
quilo de queijo, acima da renda mínima que Maduro, recentemente, concedeu aos
conterrâneos.
"Esta não
é a melhor notícia para um 1º de maio", disse o economista César
Aristimuño à AFP.
"Embora
seja verdade que gere um pequeno incentivo para muitos venezuelanos, no final o
que veremos é um aumento maior de preços, infelizmente", lamenta.
"Enquanto
não gerarmos uma política de crescimento industrial, social e econômico, será
muito difícil dar aos venezuelanos poder de compra por meio dos salários",
acrescentou.
E completou:
"Não há
como perseguir a inflação em uma economia hiperinflacionária por meio do
aumento de salários e saldos", concluiu.
Nicolás Maduro
faz anos que havia deixado de anunciar aumentos salariais com exagero, como na
época de seu antecessor Hugo Chávez. Este recente acréscimo nem foi publicado
no Diário Oficial da Venezuela porque, de fato, não representa melhora na vida
do cidadão que, cada vez mais, procura fugir do país em busca de condições
melhores de vida.
Em setembro de
2018, Maduro foi visto num dos restaurantes mais caros do mundo: o do chef
turco Nusret Gökçe, em Istambul, na Turquia.
Depois de
publicar nas redes sociais vídeo em que era servido por Gökçe e ser bastante
criticado, o presidente se justificou e disse:
“Isso é apenas
uma vez na vida”, limitou-se a falar, durante a parada que fez naquele país,
depois de voltar de uma viagem da China.
No restaurante
do turco, há carnes com folhas de ouro que chegam a custar mil dólares o prato
e vêm acompanhadas de performance, parecida com a que o chef fez para Maduro.
Enquanto almoça no luxuoso empreendimento, um estudo universitário, publicado
em fevereiro de 2018, mostrou que quase dois terços dos venezuelanos perderam
uma média de 11 quilos de seu peso em 2017, e outros 87% vivem na pobreza.
Confira o
vídeo:
Jornal da
Cidade Online
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