Educadores elaboram materiais para estimular alunos
da Educação Inclusiva. Foto: Divulgação
Cumprindo o que
determina o artigo 208 da Constituição Federal, a Coordenação da Educação
Inclusiva da Rede Municipal de Rio das Ostras orienta aos gestores para que a
equipe pedagógica de cada unidade escolar produza materiais que adaptem o
conteúdo trabalhado para os alunos com deficiência. Assim, para garantir a
aprendizagem significativa, as equipes pedagógicas não têm medido esforços na
confecção e entrega dos kits com materiais específicos para cada aluno.
Seguindo todos
os protocolos de biossegurança para evitar a propagação da Covid-19, a equipe
da Escola Municipal Padre José Dilson Dórea entrega os kits da Educação
Especial/Inclusiva junto aos kits de gêneros alimentícios aos pais e
responsáveis. De acordo com as gestoras Maria de Lourdes e Gabriela Lima, a
partir das indicações médicas e de laudos que trazem para a escola e das
interações, a equipe desenvolve propostas pedagógicas para cada um dos alunos
da Educação Inclusiva.
“São diversos
tipos de necessidades especiais como deficiência física, deficiência
intelectual de diferentes níveis, alunos com Transtorno do Espectro Autista –
TEA também de diferentes níveis, do mais severo ao mais leve, deficiência
auditiva, entre outros laudos, e para cada aluno há um olhar diferenciado sobre
o trabalho pedagógico. Precisamos olhar individualmente todos os alunos, não só
os da Educação Inclusiva. Mas, especificamente, com os alunos da inclusão,
precisamos ter o contato direto com a família para tratar das necessidades
pedagógicas”, explicou Gabriela Lima.
Confeccionado
pela equipe pedagógica da unidade escolar, todo o material é lúdico, colorido e
plastificado e tem o objetivo de desenvolver diferentes habilidades nas
crianças ao estimular a concentração, coordenação, cálculo matemático e
construção de texto. “Direcionamos às crianças com todo carinho e cuidado para
que estejam produzindo e estudando dentro de casa. Estamos aprimorando cada vez
mais. À medida que buscamos informações com as famílias sobre as
especificidades dessas crianças, vamos construindo um material que atenda mais
às necessidades, principalmente nesse momento de pandemia e de ensino remoto.
Os professores da sala de aula regular também participam do desenvolvimento
desse trabalho”, completou a gestora.
Professores preparam materiais individualizados para cada aluno da Educação Inclusiva. Foto: Divulgação |
A Escola
Municipal João Bento Duarte Neto também tem distribuído kits de materiais
específicos aos alunos da Educação Especial/ Inclusiva. De acordo com a gestora
Cleia Caldeira, a equipe pedagógica dá prosseguimento ao trabalho já iniciado
anteriormente. Depois da análise do inventário de habilidades dos alunos,
preenchido em entrevistas com os responsáveis, confeccionaram o material
fornecido pela Sala de Recursos Multifuncionais em 2021.
“As quatro
primeiras semanas foram totalmente voltadas para o diálogo com as famílias, o
acolhimento em um início de ano letivo tão carregado de dúvidas e medo. Um a
um, todos os responsáveis foram ouvidos, a maioria deles de forma presencial,
seguindo todos os protocolos de segurança”, contou Cleia Caldeira.
Segundo a
gestora, os alunos em fase inicial de alfabetização receberam pranchas para
relacionar a figura com sua letra inicial, alfabeto móvel e atividade para
montagem do primeiro nome e identificação da letra inicial do nome, jogo de
encaixe com número e estrelas para quantificação. Para os alunos já alfabetizados,
foram produzidos o jogo da memória das rimas, dominó da soma e dominó da
multiplicação. Já os estudantes com comprometimento motor ganharam chocalho com
tampinhas e garrafa de amaciante, pau de chuva feito com lata de batata, arroz
e papel laminado, e uma caixa sensorial com diversas texturas.
Assim como nas
outras unidades escolares, a idealização e a produção do material é um trabalho
em conjunto da equipe pedagógica. “Semanalmente, os profissionais envolvidos se
reúnem virtualmente e trocam informações, definindo as futuras produções.
Mensalmente, eles se encontram de forma presencial, com todos os cuidados para
evitar o contágio pela Covid-19, e assim finalizam a produção”, afirmou a
gestora.
PALAVRA DE
ESPECIALISTA – Em entrevista à revista Nova Escola, ainda em maio de
2005, uma das maiores defensoras da Educação Inclusiva no Brasil, a professora
Maria Teresa Mantoan, disse que “a escola tem que ser o reflexo da vida do lado
de fora. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os
estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade
de vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados
pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por direito, ocupem o seu
espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre
dependentes e terão uma vida cidadã pela metade”.
ATENDIMENTO
EDUCACIONAL – Segundo o secretário de Educação de Rio das Ostras,
Maurício Henriques, o atendimento educacional especializado é norteado pela
política nacional de Educação Especial/Inclusiva. Esse atendimento ocorre, em
polos, nas escolas em que estão as Salas de Recursos Multifuncionais e deve
acontecer também em cada sala de aula sob a tutela do professor regente em
parceria da equipe pedagógica da unidade.
“Os alunos
público-alvo da Educação Especial/Inclusiva em Rio das Ostras têm garantida a
educação de qualidade e o atendimento educacional especializado, como determina
a Lei. Mais importante é que as equipes pedagógicas tenham esse olhar apurado
para as necessidades especiais dos alunos e trabalhem em parceria com os
educadores de sala de aula para verificar quais são e como ultrapassar as
barreiras que impedem a aprendizagem de cada um deles. Juntos, escolhem formas
de trabalho adequadas para que nossas crianças e jovens consigam avançar na sua
aprendizagem e participar plenamente da sociedade”, destacou o secretário.
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