PiccianiValter Campanato/Agência Brasil
Parlamentar morreu,
na madrugada desta sexta-feira, em um hospital particular de São Paulo. Ele
estava internado desde o dia 8 para tratar um câncer
Rio - O
ex-deputado estadual do Rio Jorge Picciani morreu, nesta sexta-feira, em São
Paulo. O parlamentar estava internado desde o dia 8 de maio no Hospital Vila
Nova Star, da Rede D'Or, na capital paulista para tratar um câncer.
Picciani era
filiado ao partido Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e ex-presidente da
Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Em nota, a
Alerj informou "lamentar profundamente" a morte do ex-deputado e
ex-presidente da Casa. O presidente da Casa, André Ceciliano (PT), ofereceu as
instalações do Salão Getúlio Vargas para o velório, que deve acontecer no
inicio da noite desta sexta-feira.
Nas redes
sociais, o deputado federal e filho de Picciani, Leonardo Picciani (MDB-RJ), se
pronunciou sobre a morte do pai. "Neste momento de partida do meu querido
e já saudoso pai, o sentimento é de reverenciar a memória de uma pessoa que
sempre teve empatia pelo próximo e que se importava com a vida do seu
semelhante. Picciani deixa grande saudade nos nossos corações. Vai em paz, meu
pai!".
Política
Picciani era um pecuarista e cumpriu seis mandatos pelo Rio de Janeiro. Ele foi
eleito pela primeira vez em 1990, como deputado estadual. O parlamentar
presidiu a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por quatro mandados
consecutivos, entre 2003 e 2010. Em 2015, após ficar quatro anos afastado, ele
voltou a ocupar o cargo de presidente da Casa.
Em 2010, com o apoio do ex-governador do Rio, Sergio Cabral, Picciani tentou
uma vaga no Senado. Ele obteve 3.048.034 de votos, mas não conseguiu ser
eleger. Durante 2011 e 2014, ele presidiu o partido PMDB-RJ e focou na vida
empresarial.
Nas eleições de 2014, ele voltou à Alerj, com 76.590 votos. A nona maior
votação no estado do Rio e a terceira pelo partido PMDB-RJ. Em 2015, reassumiu
a presidência da Alerj e ficou até 2017, quando foi afastado.
Jorge Picciani nasceu em 25 de março de 1955 e era formado em contabilidade
pela UERJ e em estatística pela Escola Nacional de Estatística. O
ex-parlamentar era casado com Hortência Oliveira Picciani e deixa quatro filhos:
o deputado federal Leonardo Picciani; o deputado estadual Rafael Picciani;
Felipe e o caçula Arthur.
Alvo de operações
Na sua trajetória política, Picciani foi alvo de duas operações policiais
contra corrupção na Alerj. Em novembro de 2017, ele foi alvo da Operação Cadeia
Velha, um desdobramento da Lava Jato, que cumpria mandados de prisão contra
deputados estaduais e empresários do setor de ônibus. Picciani era o presidente
da Alerj e foi preso, junto com os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi.
Um ano depois, em 2018, ele também foi alvo da Operação Furna da Onça, deflagrada pela Polícia Federal e o
Ministério Público Federal (MPF). Ele, que já cumpria prisão domiciliar, e mais
nove pessoas foram alvos da ação, acusados de integrar esquema criminoso
comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB).
As investigações
apontavam que os deputados usavam a Alerj a serviço de interesses da
organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que em troca pagava
propina mensal ("mensalinho"), que variava de R$ 20 mil a 100 mil
reais, durante seu segundo mandato (2011- 2014). Os valores eram pagos em troca
de votos em favor de projetos de lei de interesse da organização. De acordo com
as investigações, a propina resultava do sobrepreço de contratos estaduais e
federais.
Na época, as
investigações apontaram que além de Cabral, Piciani e Paulo Melo comandavam a
organização.
POR O DIA
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