Projeto inicia com a cadeia do gás, mas abrange vários setores e terá apresentações segmentadas
O crescimento
econômico do Rio de Janeiro passa pela reindustrialização do estado. Com esta
convicção, o Governo deu o pontapé inicial, nesta terça-feira (11/5), no
projeto Industrializa RJ, que tem o objetivo de impulsionar a retomada do
setor. Levando em conta as vocações regionais, serão realizadas reuniões com os
principais representantes setoriais para apresentar as propostas do Governo
para gerar desenvolvimento, empregos e renda para a população. A primeira
reunião foi com a indústria que faz do gás natural o combustível para o seu
crescimento.
- Temos
consciência de que o gás natural será o combustível para o nosso crescimento.
Somos o principal hub energético nacional. Respondemos por 79,3% da produção
nacional de petróleo e por 61,2% do gás. E isto é uma oportunidade concreta.
Temos recebido muitas empresas multinacionais que veem no gás natural uma fonte
de energia de transição para suas indústrias. Estamos trabalhando para criar as
melhores condições para a chegada de novos empreendimentos e o crescimento
daqueles que já estão em nosso estado - afirmou o governador Cláudio Castro. -
Somos o segundo maior estado brasileiro em exportações e importações, o
terceiro maior estado brasileiro em potencial de consumo, o segundo maior polo
automotivo do país em número de empresas e temos o maior investimento privado
na América Latina: o Porto do Açu - pontuou o governador.
A reunião desta
terça-feira contou com empresas como Equinor, Ternium, Braskem, Gerdau, Furnas,
Natural Energia, Compass, Sepetiba Tecon e Shell, além do BNDES, o principal
financiador de infraestrutura no Brasil. O encontro reuniu, pela primeira vez,
mais de 30 representantes de infraestrutura, ofertantes, demandantes e funding
(agentes financeiros) do projeto Rota 4B para escoamento de gás natural do
pré-sal pelo Porto de Itaguaí.
- Existe uma
falsa percepção, divulgada por alguns agentes do mercado, de que não existe
demanda para empreendimentos de gás natural no Estado do Rio de Janeiro. Algo
que não combina com as informações que temos de CEOs e executivos de indústrias
de diversos e grandes setores com quem temos conversado - afirmou o secretário
de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Leonardo
Soares. - Estamos divulgando e colocando na mesa, com essas reuniões, uma visão
realista e concreta das oportunidades no Estado, aproximando oferta e demanda
para destravar investimentos no Estado e iniciar, de forma efetiva no país, o
novo mercado de gás natural - reforçou.
A proximidade
com as reservas de gás gera uma facilidade no escoamento, que já se reflete no
número de termelétricas instaladas no Norte Fluminense, por exemplo, que têm
potencial para atender às demandas da indústria local e de todo o estado. O
Governo do Estado acredita que o escoamento da produção do gás do pré-sal, via
Porto de Itaguaí, vai requalificar e expandir as competências logísticas do
espaço e acelerar a implantação de novas empresas e indústrias no seu entorno.
- Também está
nos pilares da nossa estratégia realizar ações relacionadas à atração de novos
empreendimentos e a implantação de indústrias na região de Maricá, com o
aproveitamento da Rota 3 do gás natural, que já leva a matéria-prima da Região
Norte para ser manufaturada em Itaboraí - explica Leonardo Soares. - É
considerado princípio e objetivo do Industrializa RJ inserir o Estado na nova
indústria 5.0 e ESG, visando a consolidação de uma indústria moderna e
contemporânea - complementa.
Para o BNDES, o
Governo do Rio está dando um importante passo, colocando a industrialização
como estratégia de desenvolvimento.
- Isso é algo
que, certamente, vai atrair novos investimentos para o estado. Enxergamos um
grande potencial e grandes oportunidades para o Rio de Janeiro - afirmou Pedro
Dias, representante do banco na reunião - O gás natural é um tema importante e
estratégico para o BNDES - acrescentou.
Gás para o
desenvolvimento
Representante
da norueguesa Equinor, o gerente de relações governamentais da petroleira,
Thiago Martins, acredita no potencial do gás natural no Estado.
- Vemos um
futuro muito bom. Vai haver muita demanda para o gás natural no Estado -
afirmou.
O
vice-presidente Jurídico e de Relações Institucionais da Ternium, Pedro
Teixeira, complementa:
- Existe uma
demanda potencial nos empreendimentos já instalados na região da Baía de
Sepetiba capazes de viabilizar a rota para Sepetiba. Na verdade, a demanda de
gás natural no Rio já é uma realidade - reforçou.
O diretor de
Energia da Braskem, Gustavo Checcucci, afirma que apenas a indústria
petroquímica instalada em território fluminense tem potencial de consumir 18
milhões de metros cúbicos de gás.
- Esse é o
equivalente a uma rota inteira de escoamento. Temos uma demanda de gás natural
firme, constante e de longo prazo - garantiu.
Essa foi a
primeira reunião com os envolvidos nos empreendimentos dos diversos projetos de
gás no estado, focados na região do Porto de Itaguaí. As próximas reuniões, que
tem como objetivo identificar ações concretas por parte do Governo para mapear
demandas, remover gargalos e destravar investimentos da indústria de gás fluminense,
serão realizadas com envolvidos em projetos de gás natural no Norte e no Leste
Fluminense.
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