Sistemas da Colonial Pipeline foram hackeados na última
sexta-feira (7). EFE/EPA/ERIK S. LESSER
Sistemas da
Colonial Pipeline foram invadidos por ataque hacker da Darkside e alguns
estados já registram postos sem gasolina
A maior rede de gasodutos dos Estados Unidos, a Colonial Pipeline, sofreu um ciberataque na última sexta-feira (7), fazendo com que o governo norte-americano decretasse estado de emergência em algumas regiões do país.
A empresa, que transporta diesel e gasolina por mais de 8.800 km de oleodutos
espalhados pelo país, teve de suspender as suas atividades no dia do ataque.
A investida dos hackers aconteceu por um ataque chamado ransomware, que ocorre
quando um código malicioso torna inacessível dados de um determinado sistema de
armazenamento. Na maioria das vezes, o cibercriminoso cobra uma quantia para
liberar os dados bloqueados.
No total, a
Colonial transporta 2,5 milhões de óleos por dia, quantidade que representa
cerca de 45% do abastecimento total de combustíveis dos Estados Unidos,
atendendo aproximadamente 50 milhões de consumidores.
Após tomar
conhecimento do ataque hacker a organização logo entrou em contato com uma
empresa de cibersegurança para resolver os problemas, assim como ganhou o apoio
de instituições governamentais nas investigações para procurar os possíveis
culpados pela invasão.
Na última
segunda-feira (10), o FBI, que está auxiliando a Colonial Pipeline nas buscas,
confirmou que identificou os autores do ataque.
“O FBI confirma
que o ransomware Darkside é responsável pelo comprometimento das redes Colonial
Pipeline. Continuamos trabalhando com a empresa e nossos parceiros
governamentais na investigação”, destacou a instituição.
Empresa é responsável por 45% do abastecimento de combustíveis dos EUA. EFE/EPA/ERIK S. LESSER |
De acordo com a
GasBuddy, empresa norte-americana de tecnologia que oferece plataformas para
que consumidores possam ter acesso a disponibilidade e preço de combustíveis em
diferentes pontos do país, confirmou que no início da tarde desta terça-feira
(11) algumas regiões já registravam postos sem gasolina ou diesel.
GASOLINE OUTAGES as of 1pm CT...
— Patrick De Haan ⛽️📊 (@GasBuddyGuy) May 11, 2021
GA 5.2%
AL 0.5%
TN 0.1%
SC 2.9%
NC 7.5%
FL 2.7%
VA 7.6%
Os destaques
foram os Estados da Virgínia, onde 7,6% postos não tinham combustível, e
Carolina do Norte, com 5,8% dos pontos de abastecimento sem óleos. Geórgia,
Flórida e Calorina do Sul tinham, respectivamente, 4%, 2,5% e 1,9% de seus
postos sem gasolina.
Além disso, o
preço médio no país do galão de gasolina (3,79 litros) está em 2,97 dólares
(cerca de R$ 15,50 na cotação atual), o nível mais alto desde 2018, de acordo
com a GasBuddy, lembrando que o custo de um tanque cheio subiu fortemente desde
o início do ano.
'Não há
razão para medo'
No entanto, os
especialistas do mercado de petróleo não estão em pânico: o preço do contrato
de referência da gasolina negociado em Nova York subiu temporariamente na noite
de domingo, mas desde então caiu abaixo do nível de sexta-feira, antes do
anúncio do ciberataque.
"Os preços
que os postos pagam pela gasolina aumentaram apenas alguns centavos hoje em
todo o sudeste dos Estados Unidos", disse o analista Patrick De Haan no
Twitter. "Não há razão para medo."
John
Catsimatidis, diretor da United Refining Company, que processa mais de 70 mil
barris de petróleo por dia e possui mais de 400 postos de combustível na área
de Nova York, afirmou na segunda-feira que a interrupção da Colonial Pipeline
elevará os preços, estimando um aumento de "pelo menos quatro centavos por
galão".
Mas, segundo o
porta-voz da Shell, Curtis Smith, "ainda é muito cedo para saber os
possíveis impactos no fluxo de produtos".
João Melo, Do R7* com AFP
*Estagiário
do R7 sob supervisão de Fabio Fleury
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