Margarete Coelho, relatora da proposta. DIVULGAÇÃO/AGÊNCIA CÂMARA |
Texto prevê prisão de um a cinco anos e multa para quem fizer disparos em massa de fake news durante o período eleitoral
A Câmara aprovou nesta terça-feira (4) o projeto de lei que revoga a Lei de Segurança Nacional. A votação foi simbólica e os deputados vão avaliar agora os destaques - sugestões de propostas que podem mudar o teor da proposta. A medida agorá irá ao Senado, para análise e revisão.
A Lei de
Segurança Nacional tem sido usada de formas recorrentes pelo governo
do presidente Jair Bolsonaro para investigar opositores e críticos. O
projeto aprovado há pouco é intitulado "Lei do Estado Democrático" e
traz como pressupostos, entre outros pontos, instituir o crime de golpe de
Estado, inexistente na legislação atual nestes termos.
A relatora,
deputada Margarete Coelho (PP-PI), apresentou uma revisão da lei a partir de um
texto do ex-ministro da Justiça Miguel Reale, de autoria do deputado Helio
Bicudo (PT-SP). O parecer prevê punições para práticas como incitar guerra
civil, insurreição e espionagem.
Há ainda um
capítulo sobre o funcionamento das eleições no relatório. O texto prevê prisão
de um a cinco anos e multa para quem fizer disparos em massa de fake news
durante o período eleitoral. Um dos destaques apresentados por deputados visa
justamente suprimir todo esse trecho da lei.
Na forma
vigente, em sua sexta versão, a Lei da Segurança Nacional foi sancionada em
1983, durante a ditadura militar, pelo presidente João Figueiredo, para listar
crimes que afetem a ordem política e social - incluindo aqueles cometidos
contra a democracia, a soberania nacional, as instituições e a pessoa do
presidente da República.
Deputados
aliados ao presidente Jair Bolsonaro criticaram a aprovação do texto. Em suas
redes sociais, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), afirmou que a nova lei
"blinda movimentos esquerdistas ilegais e deixa o Presidente exposto a
vários criminosos".
"O
discurso do deputado @pauloteixeira13 [Paulo Teixeira (PT-SP)] deixa CLARO que
só estão revogando a Lei de Segurança Nacional para deixar o Presidente da
República descoberto e desprotegido", completou.
Está sendo votada hoje a nova Lei de Segurança Nacional, que carrega o termo prostituído de Lei do “Estado Democrático de Direito”. Uma lei que mais parece que foi elaborada com o STF e a esquerda. Apresentamos requerimento para retirada de pauta! pic.twitter.com/NJb3gfsVqw
— Carlos Jordy (@carlosjordy) May 4, 2021
Ao revogar a
LSN, a Câmara se antecipa a uma possível decisão do STF (Supremo Tribunal
Federal) para limitar o alcance da legislação atual. Ao menos cinco ações de
partidos políticos, sob relatoria do ministro Gilmar Mendes, questionam trechos
da regra em vigor, e magistrados já indicaram ver inconstitucionalidades.
Do R7, com Agência Estado
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