© Marcello Casal JrAgência Brasil
Cabo de 14 mil
km interligará o Chile à Austrália e à Nova Zelândia
O governo
brasileiro aderiu hoje (13) ao projeto chileno de instalar um cabo subaquático
transoceânico que permita interligar o continente sul-americano à Ásia e à
Oceania por meio de fibras ópticas.
Apelidado de
Projeto Humboldt, a iniciativa está a cargo de uma empresa estatal chilena,
Desarrollo País (ex-Fondo de Infraestructura), que encabeçará uma aliança entre
países e empresas privadas de tecnologia e telecomunicações interessadas.
Segundo a
estatal chilena, o cabo com sistema de fibras ópticas e 14.810 quilômetros de
extensão interligará, fisicamente, Valparaíso à cidade de Sydney, na Austrália,
passando por Auckland, na Nova Zelândia.
Segundo o
embaixador chileno, Fernando Schmidt, a proposta é aproveitar a conexão com
outros cabos de fibra óptica que já cruzam o território chileno para tornar seu
país um hub digital para toda a América Latina, ou seja, uma
porta de entrada para conectar toda a região à Ásia e à Oceania.
“[Com isso] O
Chile se converte em um país-plataforma, vocação natural dada nossa ligação com
o Oceano Pacífico. E que se conjuga com nosso espírito de integração regional”,
disse Schmidt ao participar, esta manhã, de um seminário virtual que reuniu autoridades
brasileiras e chilenas para discutir a iniciativa.
De acordo com a
estatal Desarrollo
País, o Humboldt gerará benefícios sociais e econômicos para toda a região,
melhorando e acelerando a transmissão de dados entre a América Latina e a Ásia,
continente de grande importância econômica.
Ainda conforme
a empresa, a rota por onde passará o cabo subaquático foi definida com base em
estudos de rentabilidade que levaram em conta as estimativas de aumento de
tráfego de dados para os próximos 20 anos, sobretudo com a tecnologia 5G
Para o
embaixador brasileiro no Chile, Paulo Roberto Soares Pacheco, a primeira rota
digital subaquática transoceânica de fibras ópticas a ligar os continentes
reduzirá o tempo de propagação de informações, tornando as comunicações
digitais mais seguras.
Além do Brasil,
Argentina, Austrália e Nova Zelândia já manifestaram interesse em participar do
projeto. Atualmente, Argentina, Brasil e Chile respondem por 80% do tráfego de
internet na América do Sul.
Em nota, o
Itamaraty (foto) acrescentou que, ao aderir à iniciativa, o Brasil completará a
conexão por fibra ótica com os países vizinhos, “consolidando a infraestrutura
digital regional”
“Nos
próximos meses, equipes técnicas dos países envolvidos aprofundarão as
discussões sobre as modalidades financeiras e técnicas da participação do
Brasil neste projeto de longo prazo. O volume total de investimentos do projeto
foi orçado em cerca de US$ 400 milhões, e o prazo da concessão público-privada
que deverá operá-lo foi estimado em 25 anos”, informou o Itamaraty.
Por Davy Albuquerque
Com
informações, Agência Brasil.
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