A polícia do Estado de São Paulo busca de André
Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap
A polícia do Estado de São Paulo faz uma operação neste domingo (11) em busca
de André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, condenado por tráfico de
drogas e apontado como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da
Capital (PCC).
A Secretaria de
Segurança Pública informou, por meio de nota, que equipes dos departamentos
Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à
Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE) atuam desde sábado para
localizar o criminoso. No entanto, não poderia passar detalhes, "pois o
trabalho de investigação demanda sigilo nas apurações."
O promotor
Lincoln Gakiya, responsável por diversas investigações contra o PCC, disse que
as autoridades suspeitam da fuga de André do Rap para o exterior. Ele poderia
estar na Bolívia ou Paraguai, mas não há mais informações até o momento.
A operação foi
lançada depois que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux,
suspendeu no sábado decisão do também ministro do Supremo Marco Aurélio Mello
que determinou a soltura de Macedo. André do Rap foi libertado da Penitenciária
II, de Presidente Venceslau, na manhã de sábado (10).
Marco Aurélio
havia concedido habeas corpus para Macedo sob argumento de que o período que
ele estava preso sem condenação definitiva excedia o permitido por lei. Macedo
foi condenado duas vezes em segunda instância por tráfico internacional de
drogas e teve prisão preventiva decretada em 2014. No entanto, ficou foragido
por cinco anos até ser preso no ano passado em uma operação policial que o encontrou
vivendo em uma mansão em Angra dos Reis.
Ao atender
recurso da Procuradoria-Geral da República contra decisão de Marco Aurélio, Fux
apontou que a soltura de Macedo compromete a ordem e a segurança públicas, que
ele é de "comprovada altíssima periculosidade" e lembrou se tratar de
alguém com dupla condenação por tráfico de drogas, investigado por alegadamente
ser líder de facção criminosa e ficou foragido por cinco anos.
"Consideradas
essas premissas fáticas e jurídicas, os efeitos da decisão liminar
proferida..., se mantida, tem o condão de violar gravemente a ordem pública, na
medida em que o paciente é apontado líder de organização criminosa de tráfico
transnacional de drogas", escreveu Fux ao determinar a suspensão da
decisão de Marco Aurélio até análise pelo plenário da corte.
De acordo com
uma fonte com conhecimento do assunto, a polícia de São Paulo monitorou Macedo
após sua saída do presídio de Presidente Wenceslau, no interior do Estado. Ele
seguiu até Maringá, no Paraná, e embarcou em um avião cujo destino ainda não é
conhecido. O PCC tem operações no Paraguai, país com o qual o Paraná faz
fronteira.
Na noite de
sábado, em sua conta no Twitter, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB),
criticou a decisão de Marco Aurélio, apontando-a como um desrespeito ao
trabalho da polícia. "Causa perplexidade a decisão do ministro do STF
Marco Aurélio Mello, que determinou a libertação do traficante André Macedo,
chefe do PCC condenado a 27 anos de prisão. O ato foi um desrespeito ao
trabalho da polícia de SP e uma condescendência inaceitável com
criminosos", escreveu Doria.
Pouco depois,
com a suspensão da decisão por Fux, o governador voltou à rede social e disse
que determinou a criação de uma força-tarefa para a recaptura de
Macedo. "Parabéns ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, por cassar
decisão do ministro Marco Aurélio Mello, que libertou o chefe do PCC, o
criminoso André do Rap. Determinei força-tarefa da polícia de SP para colocar
esse bandido novamente atrás das grades. Lugar de bandido é na cadeia!",
escreveu.
Julyanne
Jucá Da CNN, em São Paulo
(Com
Reuters)
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