Escolas com menos recursos interferem no desempenho
dos alunos. Zanone Fraissat/Folhapress - 13.07.2020
OCDE apresenta
o relatório 'Políticas Eficazes, Escolas de Sucesso' que analisa as políticas e
práticas usadas nos sistemas educacionais de 79 países
Com base nos
dados do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) de 2018, a OCDE
(Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) elaborou o
relatório Políticas Eficazes, Escolas de Sucesso, que analisa como
as escolas mudaram nas últimas décadas e como a gestão impacta no desempenho e
equidade.
O relatório
traz uma análise das políticas e práticas usadas nos sistemas educacionais dos
79 países que participaram do Pisa 2018. Examina como as políticas e práticas
relacionadas a organização dos alunos, recursos investidos em a educação, a
governança dos sistemas educacionais e as avaliações estão associadas ao
desempenho.
Os resultados
do Pisa 2018 destacam a desigualdade entre escolas favorecidas e
desfavorecidas principalmente em relação a falta de pessoal e recursos
materiais, incluindo recursos digitais.
A OCDE destaca
é que fundamental garantir que todos os estudantes tenham acesso a escolas com
estruturas adequadas, com alta qualidade de recursos materiais e o apoio.
"Para que os alunos de todas as origens tenham oportunidades iguais de
aprender e ter sucesso na escola."
Nos países com
melhor desempenho no Pisa e maior igualdade na educação
oferecem uma combinação de escola com mais autonomia e que dão mais suporte aos
professores o que resulta em um ensino mais eficaz e o aprendizado melhor.
Nesses países,
algumas práticas merecem destaque como dar um retorno por escrito para os
alunos ou fazer consultas regulares sobre melhoria escolar pelo menos a
cada seis meses.
O desempenho
também está associado a uma política nacional que padroniza o currículo
escolar, materiais didáticos e treinamento de pessoal.
Análise
No que diz
respeito a desigualdade, entre os pontos destacados pelo relatório, um
estudante de 15 anos que vive em situação de pobreza terá três vezes mais
chances de reprovar uma série que um estudante mais favorecido. Mesmo que esses
dois estudantes tenham o mesmo desempenho no teste de leitura do Pisa.
Os países com
um número menor de alunos repetentes apresentaram desempenho médio de leitura
mais alto e maior equidade.
Em média, nos
países da OCDE, 6% dos estudantes não frequentaram ou frequentaram apenas um
ano a educação infantil. Segundo a análise, aos 15 anos, esses alunos tiveram
uma pontuação inferior em leitura que aqueles que frequentaram entre um e três
anos a escola.
De acordo com o
relatório, 27% dos alunos estavam matriculados em escolas que sofrem com a
falta de professores e 33% a aprendizagem é prejudicada por falta de pessoal de
apoio.
Depois de
contabilizar o perfil socioeconômico dos alunos e escolas, em 17 países, a
conclusão é que nas escolas com mais escassez de pessoal, a pontuação foi
inferior. Em contrapartida, escolas com mais recursos tiveram uma pontuação
melhor em leitura.
54% dos alunos
tiveram acesso a uma plataforma de aprendizagem online. Nas escolas mais
favorecidas, o número chega 59% e nas menos favorecidas a 49%.
Nos países em
que houve um melhor desempenho dos alunos na leitura, havia uma diferença menor
entre material e recursos entre escolas favorecidas e desfavorecidas.
O desempenho em
leitura foi associado a cada hora adicional de aulas de língua até 3 horas
por semana. No entanto, a associação positiva entre o tempo de aprendizagem nas
aulas e o desempenho na leitura cai entre os alunos que passaram mais de três
horas por semana nessas aulas.
Igualdade
Os países
conseguem mais igualdade na educação quando: usam as avaliações dos alunos para
informar os pais sobre o progresso de seu filho; usar as avaliações dos
alunos para identificar aspectos da instrução ou do currículo que poderiam ser
melhorado; usaam especificações escritas para o desempenho do aluno por
iniciativa da escola; buscar feedback dos alunos; e
têm consultas regulares sobre melhoria escolar pelo menos a cada seis
meses, com base nas políticas distritais ou nacionais.
Karla
Dunder, do R7
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