Estudantes não conseguem pagar mensalidade. Marcelo Casal Jr./Agência Brasil |
Estudo
da ABMES mostra o impacto da evasão escolar no ensino médio e a
dificuldade dos estudantes para pagar mensalidades
O Brasil só
deve atingir todas as metas do ensino superior definidas no PNE (Plano Nacional de Educação) em 2041, essa
é a projeção da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedores do Ensino
Superior).
Um dos grandes
problemas está na evasão no ensino médio e na dificuldade dos estudantes
brasileiros em pagarem as mensalidades.
Com base em
dados do censo divulgado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira), a ABMES estima que a meta estipulada para 2014
só será alcançada em 2041, quando a taxa líquida de matrículas no ensino
superior atingir 33%. Para os 50% da taxa bruta estabelecida, o prazo mínimo é
2030, considerando dados até 2018, sem contar o impacto da pandemia do novo
coronavírus.
O levantamento
considerou a projeção de crescimento da população de 18 a 24 anos do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o ritmo de crescimento
médio das matrículas de 2% anuais entre 2015 e 2018 contabilizados no atual
Censo da Educação Superior do Inep.
"A meta do
PNE não será alcançada porque os estudantes precisam de políticas de públicas
de expansão para o ensino superior e a ampliação do Fies (financiamento
estudantil", avalia Sólon Caldas, diretor-executivo da ABMES e responsável
pelo estudo.
De acordo com o
estudo, a PNE passou a vigorar em 2014, no ano seguinte, houve uma mudança nas
regras do Fies. "De 2015 para cá o financiamento sofreu com a diminuição
do número de estudantes atendidos, no ritmo atual, serão necessários mais dois
ciclos, 20 anos, para que possamos atingir a meta de 33% de matrículas no
ensino superior."
Como mostra o
estudo da ABMES, o acesso ao Fies sofreu alterações e os requisitos para
contratação foram modificados, a concessão de bolsas no valor integral das
mensalidades foi abolida e a oferta de vagas foi reduzida ao longo dos anos.
Dos 731 mil contratos concedidos em 2014, restaram apenas 85 mil no ano
passado. Para 2021, o governo federal anunciou que serão reduzidas a 54 mil
vagas ofertadas.
“Ano passado,
15 mil contratos do FIES deixaram de ser celebrados porque os alunos não
conseguiram se enquadrar no perfil e atender às exigências. É uma conta que não
fecha, pois há milhares de jovens que querem investir na formação superior, mas
dependem de financiamento para que possam ingressar na graduação e permanecer
estudando até a formatura”, observa Caldas. De outro lado, sobram vagas nas
instituições privadas.
Atualmente, a
taxa no Brasil é de 19%. Boa parte das vagas oferecidas no ensino superior são
provenientes de instituições privadas, mais de 80% das vagas.
O cenário
apresentado pela ABMES não leva em consideração os dados referentes ao impacto
causado pela pandemia do novo coronavírus. Um estudo recente divulgado pela Associação
mostra que 265 mil estudantes abandonaram o curso superior
privado entre abril e maio deste ano devido à redução de salários e desemprego.
Além de um aumento de 11% da inadimplência.
Karla
Dunder, do R7
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