Vários ministros participaram da reunião que o STF requisitou a gravação. Marcos Corrêa/PR 22.04.2020 |
Gravação é de
uma reunião de ministros em que Bolsonaro teria cobrado a troca no comando e
acesso a relatórios de inteligência da PF
O ministro
Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou que a Presidência
da República entregue, em até 72 horas, as gravações de uma
reunião ministerial que ocorreu no Palácio do Planalto em 22 de
abril e foi citada por Moro em
seu depoimento.
"Oficie-se
com urgência [...] para que encaminhem, no prazo de 72 (setenta e duas)
horas, cópia dos registros audiovisuais da reunião realizada entre o Presidente
da República, o Vice-Presidente da República, Ministros de Estado e Presidentes
de bancos públicos, ocorrida no dia 22/04/2020, no Palácio do Planalto",
escreveu Celso de Mello.
A gravação
requisitada pelo STF foi refenciada pelo ex-ministro Sérgio Moro em seu
depoimento na Polícia Federal. A reunião, um conselho de
ministros, Moro afirma que foi cobrado por Bolsonaro pela substituição do
diretor-geral da Polícia Federal e também por relátorios de inteligência e de
informação do órgão.
Na reunião, que
foi registrada (foto acima) pela equipe da Secretaria de
Comunicação da Presidência da República, Sérgio Moro aparece sentado entre o
ministro das Relações Exteriores, Ernesto Aráujo, e do vice-presidente Hamilton
Mourão.
Na decisão de
Celso de Mello, ele determina ainda que os arquivos devem ser preservados com
total integridade do conteúdo, para "impedir que os elementos nela
contidos possam ser alterados, modificados ou, até mesmo, suprimidos", já
que, com a decisão, são considerados provas de um "procedimento de natureza
criminal".
Márcio
Neves, do R7
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