Wilson Witzel — Foto: Carlos Brito/G1 Rio |
Relatório
divulgado nesta quinta-feira (27) afirma que 2019 foi marcado por retrocessos
no Brasil. Governo do RJ afirma que número de homicídios caiu.
Anistia aponta
que 2019 foi marcado por retrocessos para os direitos humanos no Brasil
O relatório da
Anistia Internacional divulgado nesta quinta-feira (27) critica a política de
segurança de Wilson Witzel.
O levantamento,
realizado todos os anos, mapeia como estão os direitos humanos em 24 países das
Américas.
No caso do
Brasil, a Anistia afirma que o presidente Jair
Bolsonaro e outras autoridades mantiveram um discurso abertamente contrário aos
direitos humanos e que isso foi traduzido em medidas
administrativas e legislativas.
Crítica a Witzel
No capítulo
específico do Brasil, o documento critica o que chama de “guerra às drogas” no
RJ.
“Wilson
Witzel fez declarações e realizou ações relacionadas à chamada ‘guerra às
drogas’, que continuaram sendo usadas como pretexto para realizar intervenções
policiais militarizadas caracterizadas por altos níveis de violência policial,
crimes de direito internacional e violações de direitos humanos”, descreve.
“Nesse
contexto, aumentaram os homicídios de suspeitos de crimes, principalmente
aqueles que, segundo as autoridades de segurança, estavam envolvidos no tráfico
de drogas”, destaca.
A entidade traz
as estatísticas de “autos de resistência” e aponta, “segundo dados oficiais”,
que a polícia matou 16% mais gente na comparação do primeiro semestre de 2018
com o de 2019.
Marielle
O documento
cita ainda a investigação da morte
da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
“A ONU e a
Comissão Interamericana de Direitos Humanos reconheceram, em nota, o trabalho
realizado por investigadores policiais e pela Promotoria para descobrir a
verdade e o progresso alcançado no caso”, diz a Anistia.
“No entanto,
eles enfatizaram que era necessário fazer mais para estabelecer o motivo do
ataque e descobrir as pessoas por trás dele — e instaram as autoridades a
concluir a investigação o mais rápido possível”, pontua.
O que diz o
governo
Em nota, o
governo do RJ rebateu o relatório da Anistia.
“Há no Rio de
Janeiro décadas de descaso com a segurança pública”, afirmou o governo.
“Hoje, grupos
milicianos e quadrilhas de narcotraficantes ainda dominam várias comunidades,
impondo suas próprias regras sem nenhuma base legal. É preciso levar o Estado a
essas comunidades, retirar esses grupos de criminosos do poder. E foi esse o
diagnóstico desse o início do governo”, emendou.
“Só no
primeiro ano de gestão, o número de vítimas fatais da violência caiu em quase
mil pessoas. Isso é preservar os direitos humanos”, destacou.
“Todos outros
indicadores também foram reduzidos. Ficar passivo frente aos massacres de anos
anteriores seria o caminho da omissão. A alternativa proposta pela Anistia
Internacional agravou historicamente o problema e criou mais vítimas”, rebateu.
A nota afirma
ainda que, no Caso Marielle, “os executores foram presos no governo Wilson
Witzel, e as investigações sobre a motivação e os possíveis mandantes
continuam”.
Por G1 Rio
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