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Crianças
aprenderam um pouco mais sobre as brincadeiras
de
origens africanas. Foto: Maurício Rocha
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Cerca de 130
crianças e adolescentes do Centro Integrado de Convivência, o CIC de
Nova Esperança, participaram nesta semana de uma série
de atividades em celebração ao Dia da Consciência Negra, em 20 de
novembro. Nesta quinta, 21, a Unidade realizou uma programação com oficinas,
brincadeiras, exibição de filme, apresentação de trabalhos, entre outros.
Durante o
evento, meninas e meninos aprenderam a fazer turbantes por meio de uma oficina
desenvolvida pela servidora Neide Gonçalves, da Fundação Rio das Ostras de
Cultura. Além disso, conheceram a importância deste adereço na cultura
africana.
“Me achei linda
quando me vi com o turbante. O colorido dele é maravilhoso. Combinou muito bem
comigo. Agora que aprendi a fazer não vou deixar de usar. Sei que poucas
meninas usam, mas vou começar aos poucos porque ele também protege a
gente”, contou.
O Coletivo
Vista Minha Pele promoveu oficinas de brincadeiras que tem a origem
africana. Ao mesmo tempo que se divertiam as crianças iam aprendendo um pouco
mais sobre as letras das músicas. Todas elas com abordagens sobre fuga,
esconderijos, unidade e habilidade. “Barra Manteiga”, por exemplo, é uma
brincadeira que utiliza a palavra “nêga” e tem os personagens do capitão do
mato e do quilombola que foge para o Quilombo. Pula elástico, Cinco Marias, Mãe
da Rua e Terra Mar também estavam entre as brincadeiras.
Para Deividy
Wilber é uma grande descoberta saber que muitas coisas do dia a
dia vêm da cultura africana. “Estas brincadeiras são muito lindas e
agora que sei da história de cada uma delas fiquei ainda mais emocionado”,
contou.
Os trabalhos
confeccionados pelos participantes do CIC estavam a mostra na Unidade. Entre
eles estavam brinquedos com material reciclado, máscaras usadas em combates que
tinham a figura dos deuses cultuados pelas religiões africanas,
desenhos destacando o cabelo das mulheres negras, sempre promovendo o
empoderamento dos jovens.
“A gente
reforçou durante esta semana que a cultura negra é linda, que o cabelo das
negras é maravilhoso, que a cultura deles é encantadora. Tudo isso para
que eles tenham o sentimento de pertencimento. A gente sabe que existe uma
dificuldade de aceitação entre eles próprios e que muitos não se veem como
negros. É só olhar como as meninas alisam seus cabelos. É preciso acabar com os
tabus porque a história dos negros, apesar de triste, é linda”, contou Ramona
de Lima, diretora do CIC.
Frases sobre a
diversidade racial como “Somos diferentes, mas somos mais fortes” e
“a cor não importa” estavam coladas logo na entrada do CIC.
O filme “Vida
de Marias” também foi exibido durante o evento. O curta tem o enredo escrito
pela atriz e moradora de Rio das Ostras, Armindha Freire, que se inspirou no
texto “Maria da Silva”, de Luiz Otávio Vieira. Na história, Maria, no dia que
completou 60 anos de idade, perdoa seu filho, o maior discriminador que ela
teve, já que ele era fruto de um estupro de um holandês, tendo então nascido
branco de olhos claros.
A produção de
2019 faz parte de uma seleção feita pela ONG Casa das Pretas de 15 projetos
patrocinados por australianos.
CRAS – As
crianças e adolescentes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
dos Centros de Referência da Assistência Social – CRAS desenvolveram diversas
atividades ao Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de novembro.
Orientadores
Sociais e Oficineiros do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
refletiram e dialogaram com as crianças e adolescentes sobre a importância
das diferentes etnias, das suas contribuições étnico-raciais, promoveram ações
de conscientização sobre o racismo, contra a discriminação e pela valorização
da identidade negra.
“O objetivo da
atividade sobre o Dia Nacional da Consciência Negra foi fazer as crianças
compreenderem o valor de cada raça e cultura e conhecerem um pouco sobre a Lei
10.639/03, que representa no contexto sociopolíticopara a cultura
afrodescendente e afro-brasileiro, e o crescimento da luta contra o racismo e o
preconceito”, contou Roseli Alves Ribeiro, orientadora social do Cras Sul.
De acordo com a
Coordenadora Pedagógica Andréa Vasconcelos, as atividades do Dia Nacional da
Consciência Negra, tem como objetivo promover momentos de reflexão e
aprendizado profundo sobre as lutas e direitos dos negros. “Entendemos que essas
atividades são de extrema importância, para que a gente possa trazer a
conscientização, reflexão das lutas e direitos e para que eles possam refletir
também sobre a questão da igualdade social, racial e cultural”, contou.

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