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No Canal das
Flechas, em Quissamã, foi recolhido
aproximadamente um quilo de
resíduo de óleo
Foto: Divulgação/Defesa Civil de Quissamã
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Material
coletado em São Francisco de Itabapoana, Macaé e Quissamã passará por análise
para saber se é compatível com o que já foi encontrado na costa do Nordeste, do
Espírito Santo e ao município de São João da Barra.
A Marinha do
Brasil recolheu amostras de óleo no litoral de mais três cidades do Rio de
Janeiro neste domingo (24) e enviou para análise e investigação da origem.
De acordo com a
Marinha, foram recolhidas pequenas amostras de óleo nas praias de Santa Clara e
Guriri, em São Francisco de Itabapoana; e na praia do Barreto, em Macaé. No
Canal das Flechas, em Quissamã, foi recolhido aproximadamente um quilo de
resíduo de óleo.
Ainda não se
sabe se o óleo encontrado nessas cidades é o mesmo que chegou às praias do
Nordeste, do Espírito Santo e ao município
de São João da Barra, também no Norte Fluminense.
Na sexta-feira
(22), 300 gramas do material foram encontrados pela primeira vez no estado do
Rio, na
praia de Grussaí, em São João da Barra. Segundo a Marinha, após o
trabalho de limpeza realizado no domingo, as praias de São João da Barra estão
limpas.
O material
recolhido nas praias do Norte Fluminense foi encaminhado ao Instituto de
Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), em Arraial do Cabo.
Uma reunião com
representantes da Marinha, Exército, Ibama, ICMBio, órgãos estaduais e
secretarias municipais de Meio Ambiente e Defesa Civil das cidades da região
foi realizada na tarde de domingo na sede da Capitania dos Portos de Macaé.
A Marinha
divulgou que a reunião teve o objetivo de discutir deliberações relacionadas às
ações de cooperação para mitigar os efeitos da chegada do óleo ao litoral do
Norte Fluminense e atuar preventivamente em caso de aparecimento de novos
indícios de óleo no estado do Rio.
Um
navio-patrulha da Marinha está sendo deslocado para a região, tendo com base a
Capitania dos Portos de de Macaé para apoio aéreo e naval.
Mais de 700
localidades atingidas
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Arte mostra
praias do Rio de Janeiro atingidas por óleo
Foto:
Juliane Souza/G1
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As primeiras
manchas de óleo foram localizadas na Paraíba em 30 de agosto. Desde então, o
óleo já foi localizado em 724 localidades, segundo levantamento do Ibama
divulgado na sexta-feira (22). Entre os municípios do litoral nordestino,
principal região do Brasil atingida, 72% dos municípios tiveram praias
afetadas.
Durante mais de
um mês, o óleo ficou concentrado em praias de 8 estados: Alagoas, Ceará,
Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
Um marco na
cronologia da crise ocorreu em 3 de outubro, quando o óleo chegou ao litoral da
Bahia. Depois disso, no começo de novembro, no dia 8, a Marinha apontou
que fragmentos
chegaram ao Espírito Santo. Em quase três meses de desastre, os dados
mostraram que a cada
10 locais atingidos, 3 voltaram a apresentar manchas de óleo após
limpeza no Nordeste. Nas semanas recentes, o ritmo da reincidência diminuiu e
aumentou o número de localidades afetadas por fragmentos classificados como
"esparsos" pela força-tarefa.
Oito dos 11
estados afetados pela manchas de óleo que contaminam o litoral brasileiro desde
agosto estão destinando
os resíduos para aterros sanitários ou fábricas de cimento que
reaproveitam o material.
Investigação
federal
O governo
federal não concluiu as investigações sobre a origem do óleo. As investigações
já apontaram que a substância é a mesma em todos os locais afetados: petróleo
cru. Uma investigação da Polícia
Federal no Rio Grande do Norte chegou a apontar que o navio grego Bouboulina como
o principal suspeito pelo vazamento. A Marinha disse que a
embarcação é uma entre as 30 suspeitas.
A empresa Delta
Tankers, responsável pelo navio, afirma ter provas de que o Bouboulina não tem
relação com o incidente. A Delta foi notificada pela Marinha brasileira junto
com responsáveis por outras quatro embarcações de bandeira grega.
Na sexta-feira
(15) a consultoria americana SkyTruth publicou um artigo dizendo que não
concorda com a análise que aponta suspeitas sobre o Bouboulina.
A organização,
especializada em monitorar os oceanos por meio de imagens de satélite, disse
que não viu "nenhuma evidência convincente de manchas ou fontes de óleo
nas imagens" e que "não concorda" com as análises publicadas
"por outras pessoas que alegam ter resolvido o mistério". Em uma nota
técnica, o Ibama diz que "não
há condições" de encontrar manchas em alto mar com uso de satélites.
Por Amaro Mota, G1 — Norte
Fluminense


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