Ministro do
STF fez a conferência de abertura do evento Brazil Forum UK, na London School
of Economics. Para ele, reforma é meio de enfrentar desigualdade e concentração
de renda.
O ministro Luís
Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu neste sábado (18)
em Londres a reforma da Previdência como um meio para se combater a
desigualdade e a concentração de renda no Brasil.
Barroso fez a
conferência de abertura do Brazil Forum UK na condição de presidente de honra
da quarta edição do evento, realizado anualmente na London School of Economics
e na Universidade de Oxford.
O ministro
afirmou que o país necessita voltar a crescer para gerar riqueza e distribuí-la
de forma justa. Ele defendeu "programas sociais sérios" e se referiu
ao atual modelo da Previdência como um fator de concentração de renda.
"A previdência
é uma transferência de pobres para ricos. Pobre não se aposenta com 50 anos.
Ele nem consegue comprovar o tempo de contribuição. Pobre se aposenta por
idade. O sistema é extremamente injusto e perverso. Nós precisamos de programas
sociais sérios", declarou.
Barroso disse
não ter ligações políticas – "não posso, não quero e não devo" – mas
criticou os que combatem a reforma da Previdência sob o argumento de não ajudar
o atual governo. Segundo ele, "é preciso uma gota de patriotismo" em
favor da reforma.
"A gente
tem que fazer pelo país, pelas pessoas. Tem gente sofrendo, tem gente
desempregada, tem gente que não recebe os benefícios que deveria receber",
afirmou.
Controle do
gasto público
O minsitro
também falou em "responsabilidade fiscal, econômica e social".
Segundo ele, o gasto público descontrolado e superior ao que se arrecada
provoca recessão, inflação, juros elevados e desemprego.
"Não há
responsabilidade fiscal de direita ou de esquerda. Se gastarmos mais do que
arrecadamos isso tem consequências negativas e perversas para os mais pobres. O
capitalismo significa risco e competição. No Brasil, as pessoas se acostumaram
com o financiamento público e reserva de mercado. Isso não é capitalismo, isso
é socialismo para ricos", declarou.
Corrupção
Segundo o ministro,
parcelas do empresariado, dos políticos e da burocracia estatal produziu uma
corrupção "estrutural, sistêmica e institucionalizada". De acordo com
Barroso, um arco de alianças "amplo e poderoso" se formou "para
nos manter atrasados e reféns". Mas, para ele, a sociedade brasileira
"deixou de aceitar o inaceitável".
"O que se
vê, hoje, em qualquer parte do Brasil é essa energia nova, é uma imensa demanda
por integridade, por idealismo e por patriotismo, e é essa energia que muda a
história. É essa energia que empurra a história e altera os paradigmas",
declarou.
Por G1 — Brasília
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